Emmanuel Macron ainda não tinha 18 anos quando prometeu àquela que viria a ser a sua mulher que os dois se casariam um dia. Na altura, Brigitte Trogneux era sua professora de teatro, casada e com 42 anos, mas o jovem não se deixou intimidar. “Não te vais livrar de mim. Eu vou voltar e vou casar contigo”, terá dito. E a verdade é que o candidato às presidenciais francesas cumpriu a sua promessa e os dois acabaram por ser casar em 2007, tinha ele 29 anos e ela 54.
Os dois conheceram-se em 1994, quando Emmanuel tinha 15 anos e Brigitte 39. Mantinham uma relação de aluno professora e acabaram por se aproximar, até porque o jovem conseguiu arranjar alguns pretextos para que passassem mais tempo juntos. “Escrever em conjunto uma peça de teatro, uma iniciativa do Emmanuel, fez com que estivéssemos um com o outro todas as sextas-feiras à noite e isso criou uma proximidade incrível”, contou aquela que poderá vir a ser a primeira-dama de França em entrevista à Paris Match, na qual confessa também que foi “completamente cativada pela inteligência” do então aluno. “Ele não era como os outros. Ele discutia com os professores. Ele andava sempre cheio de livros. Não era um adolescente. Era uma relação de adulto para adulto. (…) [E] Pouco a pouco quebrou a minha resistência”, confidenciou.
Descontentes com esta proximidade, os pais de Emmanuel Macron transferiram-no de escola e foi então que este prometeu à professora que um dia voltaria para que pudessem casar-se. Quando o jovem atingiu a maioridade, os dois começaram a namorar em segredo e Brigitte Trogneux acabou por divorciar-se e, de certa forma, deixar para trás os seus três filhos.
Mas apesar de todos os obstáculos impostos pela sociedade – nomeadamente o estigma da diferença de idades – o amor acabou por vencer e Emmanuel e Brigitte oficializaram a sua relação há dez anos. O atual candidato à presidência francesa considera que o casamento foi “a consagração oficial de um amor clandestino, em primeiro lugar, muitas vezes escondido, incompreendido por muitos antes de os convencer”, como explicou à Paris Match. Na mesma entrevista, Macron enalteceu a coragem da mulher, agora com 64 anos: “Ela tinha três filhos e um marido. Quanto a mim, era apenas um estudante. Ela não me amava por aquilo que eu tinha ou por interesse. Pelo conforto ou segurança que eu lhe dava. Ela desistiu de tudo por mim. Mas fê-lo com uma preocupação constante com os seus filhos. (…) A nossa família é a minha base, o meu rochedo. A nossa história ensinou-nos que uma vontade tenaz não pode ceder ao conformismo”.
Recorde-se que o ex-ministro francês da Economia anunciou a sua candidatura em novembro último e, desde então, tem visto a sua vida privada ser escrutinada na imprensa de todo o mundo. No passado mês de fevereiro, viu-se mesmo obrigado a desmentir publicamente os rumores sobre alegadas relações extraconjugais e as notícias que referiam que o seu casamento apenas servia para esconder a sua homossexualidade.
Emmanuel Macron e Brigitte Trogneux: Um amor improvável que marca as presidenciais francesas
Candidato ao Eliseu é 24 anos mais novo que a mulher.