Engravidar não foi algo que simplesmente aconteceu a Ana Brito e Cunha, de 41 anos. Foi, sim, a realização de um sonho e de uma vocação, que vai ganhar um rosto, um nome e uma vida nos próximos dias. Por isso, mais do que uma transformação física, esta gravidez tem sido uma verdadeira viagem emocional e espiritual partilhada com o marido, Afonso Coruche, o seu “companheiro de todas as horas”, como o descreve.
A dias de ser mãe, Ana exibiu, literalmente, o seu estado de graça e revelou as alegrias, ansiedades, receios e expectativas que preencheram estes nove meses.
– Como é que está a ser esta reta final da gravidez?
Ana Brito e Cunha – Está a ser maravilhosa. Confesso que tenho algumas dores e já não aguento o inchaço. Isto são sete meses e meio de graça e um mês e meio de desgraça [risos]! Mas sinto-me muito feliz, porque estou rodeada de amor. Esta foi uma gravidez mais do que esperada, porque tinha muita vontade de criar a minha família e de prolongar o amor que o Afonso e eu vivemos.
– Hoje está a mostrar pela primeira vez a sua barriga. Lidou bem com as transformações físicas da gravidez?
– Ver a transformação do meu corpo depois de ter feito uma dieta tão grande foi um choque. A certa altura da gravidez comecei a crescer muito e a ver a minha adolescência a aparecer novamente e isso foi um bocadinho violento. Mas depois fiz as pazes comigo mesma. A equipa do espaço Villa Helena faz-me sentir bem com este novo peso. Estou a gerar um filho e isso é o mais importante. Contudo, a seguir já sei que tenho de fechar a boca!
– Há cinco anos, a Ana perdeu um bebé, que sofria de síndrome de Turner, quando estava no quinto mês de gestação. Essa experiência condicionou, de alguma forma, esta nova gravidez?
– O que me aconteceu ensombrou um bocadinho esta gravidez, mas o amor que sinto é tanto que me esqueço disso. No início da gravidez partilhei esse receio que sentia com uma amiga e ela contou-me algo que a mãe lhe tinha dito: “O normal é que corra bem.” E esta frase fez um clic na minha cabeça, porque, tendo em conta a minha experiência, o normal não era correr bem.
– E também a leva a dar mais valor ao que está a viver…
– Sim, claro! Trabalhei muito para ser quem sou. O exercício das nossas escolhas dói, mas é muito importante. E a recompensa é a maior. Para mim, a fé não é ver para crer, é crer para ver. Confio e um dia a vida dá-me o retorno. Não quer dizer que seja tudo um mar de rosas, porque não é! Nem o casamento nem a maternidade são um mar de rosas. Mas a nossa atitude faz toda a diferença. A vida é muito generosa, não para quem pede, mas para quem dá.
– Pensa muito no parto?
– A ideia do parto é um bocadinho assustadora. O meu marido foi ao Youtube ver partos e eu não quis ver nada! Ele ficou traumatizado [risos]! O meu médico diz-me para não levar expectativas e acho que é mesmo o melhor. Claro que os medos aparecem, mas acredito que vai ser fácil. Tenho essa intuição. Gostava de ter um parto normal, mas com epidural! O importante é que corra tudo bem. Além disso, e sobretudo depois da situação que passei, achámos que seria muito importante fazer a criopreservação das células estaminais do nosso filho na Future Health Biobank. Espero nunca usar nada disso, mas sinto-me muito mais serena por poder salvaguardar o meu bebé com esta decisão.
– Fala muito no seu marido. A gravidez tem sido mesmo uma aventura vivida a dois…
– Eu nem sei quem é que está mais grávido! Aparentemente sou eu, mas é só isso [risos]! O Afonso tem sido fundamental. Não é fácil passar por uma gravidez e viver todos os medos que aparecem. E ter ao nosso lado um marido extraordinário e que está a gostar tanto disto como nós, ajuda muito. Estou a realizar o meu projeto de vida com a pessoa certa. O meu marido está comigo em tudo e é o meu companheiro de todas as horas.
Produção: Ruth Ferrony | Maquilhagem: Filipa Pereira
O bebé nasceu esta quinta-feira, 25 de maio. Clique aqui para mais pormenores.