Manuel Luís Goucha, de 62 anos, é hoje um homem de sucesso, uma figura pública da televisão portuguesa e empresário.
Ainda em criança, viveu um período complicado e sentiu-se pouco apoiado pelos pais, relativamente à sua homossexualidade. O pai reagiu bastante mal quando fez essa descoberta sobre o filho.
Foi hoje, 53 anos mais tarde, que Goucha escreveu uma carta aberta ao pai – que faleceu há dez anos – e publicou no seu blogue, ‘Cabaret do Goucha’, onde menciona as palavras desagradáveis e homofóbicas que ele lhe pronunciou: “Lembras-te de como reagiste? Recordo-o, como se o tivesses acabado de dizer: ‘Então temos um maricas na família!'”.
Apesar de ser tão novo, sempre soube que era diferente dos outros rapazes. Sabia que era o sexo masculino que lhe causava desejo.
Na mesma carta, diz: “O maricas fez-se homem, balizando-se em valores que considera justos e universais, pouco ligando ao juízo dos de fora, quando o único que me interessava, o da mãe, escutei-o aos dezoito, já eu era por minha conta e risco: ‘só quero que sejas feliz!’.
Já maior de idade, aos seus 18 anos, Manuel deixou Coimbra e foi “à procura de um sonho e de fazer alguma coisa de jeito na minha vida”.
Foi para Lisboa em 1973 e, ao longo do tempo, apresentou programas de culinária e infantis. Foi também o rosto das manhãs da RTP e, mais tarde, mudou-se para a TVI onde permaneceu até hoje.
Há pouco tempo, chorou e sentiu-se triste ao falar da sua infância.
“Nunca nos faltou nada, faltou-nos afeto”, confessou, na mesma entrevista, a Cristina Ferreira.
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