No passado dia 6 de agosto, o canal de televisão inglês Chanel4 bateu recordes de audiência com a exibição do documentário Diana: In Her Own Words, uma resenha de 20 cassetes de vídeo gravadas entre setembro de 1992 e dezembro de 1993 e nas quais a princesa Diana faz um relato exaustivo do que foi a sua vida a partir do momento em que conheceu o príncipe Carlos. Estas cassetes foram gravadas durante várias e longas conversas que Diana teve com o seu professor de colocação de voz, o ator Peter Settelen. O coro de indignados com a exibição destas conversas de teor tão íntimo não se fez esperar nas redes sociais, onde a maioria dos posts diz que esta exposição foi um ultraje à memória da ‘Princesa do Povo’, mas a colunista Jan Moir, do Daily Mail, é de opinião contrária, defendendo que Diana teria adorado que vissem a mulher que estas cassetes mostram: luminosa, divertida, vivaça e capaz de ironizar sobre o inferno que foi o seu casamento.
Sentada no sofá do seu escritório de Kensington Palace, que se tornou sua residência oficial depois do divórcio, a princesa de Gales conta, entre muitas outras coisas, como Carlos a assediou quando se conheceram, tentando beijá-la quase à força, e como isso foi desconfortável para ela, diz que o príncipe foi muito inconstante durante o namoro, ora ligando-lhe todos os dias, ora passando duas e três semanas sem lhe dizer nada, adianta que antes de se casarem só se viram em 13 ocasiões e que depois de casados tinham sexo uma vez por mês, o que acabou por completo depois de Harry nascer.
Diana explica também que a sua bulimia foi uma autopunição motivada pelo facto de se sentir mal-amada pelo marido e pouco apreciada pela família real em geral, confidencia que uma noite surpreendeu Carlos na casa de banho numa conversa de cariz sexual com Camilla Parker Bowles e que, quando o confrontou com essa descoberta, ele lhe respondeu que não estava disposto a ser o único príncipe de Gales a não ter amantes. Na sequência desta discussão, a princesa pediu ajuda à sogra, para tentar pôr um fim às infidelidades do marido, e Isabel II respondeu-lhe que Carlos era um caso perdido.
Diana assume também que cinco anos depois de casada se apaixonou perdidamente por um dos seus guarda-costas, Barry Mannakee, com o qual, apesar de não ter tido uma relação íntima, chegou a pensar em fugir. E deixa uma acusação velada: diz que quando isso foi descoberto pela família real Mannakee foi despedido, morrendo num estranho acidente de mota três semanas depois.
A verdade é que, três anos depois de ter feito estas gravações, Diana falou de tudo isto na famosa entrevista que deu à BBC. E se permitiu que Setellen registasse as conversas para a posteridade, foi certamente porque não se importava que elas viessem a lume.
Exibição de cassetes onde Diana relata a sua vida provoca polémica em Inglaterra
Intitulado “Diana: In Her Own Words”, o documentário resume em 90 minutos as longas conversas que a princesa teve com o seu professor de voz e que permitiu que fossem gravadas. Charles Spencer, irmão da princesa, chegou a ir a tribunal para tentar que estas gravações não fossem divulgadas.
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