Morreu no passado dia 20, na sua casa de Los Angeles, com a já avançada idade de 91 anos. O seu sorriso, porém, manteve o ar de criança grande e traquinas que teve toda a vida e que fez dele um dos comediantes de referência da sua geração. Com uma mímica facial quase inimitável – James Carey tentou, mas nunca conseguiu estar à altura do mestre –, Jerry Lewis não ficará propriamente na história da comédia made in Hollywood ao nível de nomes como Charlie Chaplin, Buster Keaton ou Groucho Marx, mas tem direito a uma estrela bem brilhante nesse firmamento. Porque cada uma das suas caretas tinha por detrás uma ideia consistente e humanista: alertar o mundo, de uma forma risível mas nunca agressiva, para a realidade que é a vida dos menos bafejados pela sorte, pela destreza, pela inteligência.
Por detrás do ator que tantas gargalhadas provocou havia, segundo quem com ele privou, um homem extraordinariamente humilde, generoso e, não menos importante, capaz de crítica social. Porque Jerry fazia das suas personagens quase alucinadas, e não poucas vezes azaradas até ao limite do impossível, caricaturas de todos nós. E apesar de nos últimos anos estar quase retirado de cena, em outubro de 2016 ainda fez uma atuação no hotel South Point, em Las Vegas.
Incontornável na biografia deste homem, nascido em Newark a 16 de março de 1926, foi a sua dedicação a causas humanitárias, nomeadamente à Associação de Distrofia Muscular, cuja gala apresentou desde 1952 até 2011. Por essa faceta chegou a figurar na lista dos candidatos a receber o Nobel da Paz em 1977.
Jerry Lewis, o mimo que sabia fazer humor com bondade
Ator estava retirado de cena desde o final de 2016. Morreu no passado dia 20, aos 91 anos.