Na sequência das várias denúncias de assédio sexual por parte de algumas celebridades de Hollywood, a modelo internacional Sara Sampaio abordou o tema do assédio e da pressão exercida sobre as mulheres no seu Instagram e fez uma revelação. A manequim portuguesa recordou uma situação em concreto, que se passou no decorrer de uma sessão fotográfica para revista masculina francesa Lui, que publicou, sem o seu consentimento, fotografias em que aparece nua. “O que me fizeram é inaceitável. Sinto-me violada, maltratada e desrespeitada enquanto profissional e enquanto mulher”, referiu, ao mesmo tempo que afirmou que iria processar a publicação em questão.
No texto partilhado nas redes sociais, Sara Sampaio conta como tudo de passou. “Hoje senti que deveria partilhar uma experiência recente que tive com a revista francesa, Lui. Quero que todas as mulheres e modelos tenham o direito de fazer as suas próprias escolhas quanto ao seu corpo e imagem. Concordei em fotografar a capa de outono da Lui, com a condição de NÃO HAVER NUDEZ. A minha agência e eu insistimos em fazer um acordo claro para me proteger a mim e à minha decisão de não tirar fotografias nua.
Mesmo com a cláusula de ‘sem nudez’ no meu acordo com a Lui, fui agressivamente pressionada para fazer fotografias nua no set, onde me perguntaram por que não queria mostrar os mamilos ou tirar fotos nua. Ao longo do dia da sessão, precisei constantemente de me ir defendendo e de relembrar os meus limites, tendo a certeza que me cobriria o mais possível. Enquanto via as imagens finais, reparei que várias partes do meu corpo tinham sido acidentalmente expostas enquanto posava. Falei e fui assegurada de que essas imagens não iriam ser usadas. A revista mentiu e usou uma imagem minha com nudez, violando assim claramente o nosso acordo.
Tal como várias modelos, tive experiências negativas no passado e senti pressões para posar nua. Em muitas ocasiões em que a sessão não incluía nudez, chegava ao set e o fotógrafo e o maquilhador pressionavam, persuadiam porque o tinha feito no passado. Sofri bullying.
Estou confortável com o meu corpo e em estar nua em circunstâncias que considero serem uma forma de arte – o processo surge naturalmente, e é muito pensado, criativo e feito em colaboração. Ao longo da minha carreira fui muito seletiva sobre onde e quando faria fotos nua. Lá por ter posado nua antes, isso não dá a ninguém o direito de assumir que o poderei voltar a fazer em qualquer circunstância.
Tenho do direito de mostrar o meu corpo, quando, onde e como quiser. E quando tomo uma decisão espero ser tratada com respeito e profissionalismo”, escreveu.