Emma Watson, também conhecida por ser a embaixadora do movimento #HeForShe, ofereceu 1,3 milhões de euros a uma nova iniciativa, lançada no passado sábado, dia 20 de fevereiro, que tem como objetivo acabar com o assédio sexual. Em conjunto com outras atrizes, e à semelhança do movimento Time’s Up, nos Estados Unidos, Emma criou o Justice & Equality Found, uma rede de apoio e projetos para perseguir os abusos no local de trabalho, em qualquer que seja o setor profissional. Este é mais um contributo da Hermione do filme Harry Potter, no sentido de dar visibilidade às mulheres.
Watson já não é uma novata na luta pela igualdade de género, pois desde cedo que esta problemática a preocupa. Foi aos oito anos que teve o primeiro confronto com as diferenças de tratamento entre uma rapariga e um rapaz. “Chamaram-me ‘mandona’ por querer dirigir as peças de teatro que estávamos a fazer no colégio para os nossos pais, mas aos rapazes não lhes chamavam isso”, contou.
O que a atriz, agora com 27 anos, veio a descobrir foi que o problema da desigualdade de género vai muito mais longe. Pagam-lhe menos do que aos seus colegas homens pelo mesmo trabalho, as suas opiniões não são tão valorizadas e levadas a sério, o seu corpo é sexualizado pelos meios de comunicação. Para alcançar um mundo mais igualitário, Emma tem vindo a apoiar e participar em alguns movimentos feministas.
#HeForShe
Em setembro de 2014, a britânica discursou enquanto Embaixadora de Boa-Vontade da ONU e salientou o facto de a luta pelos direitos das mulheres ser, muitas vezes, entendida como sinónimo de ódio aos homens, o que considera totalmente errado. Nesse sentido, aproveitou a ocasião para apresentar ao mundo o #HeForShe, um projeto ambicioso que pretende envolver os homens na luta pela igualdade de direitos. “Não se fala muito sobre os homens estarem presos em estereótipos, mas vejo que também estão e, quando se libertarem, as coisas também mudarão paras as mulheres. Se os homens não tivessem que ser agressivos para serem aceites, as mulheres não teriam que ser submissas”.
Ao longo dos anos, a atriz tem utilizado o seu estatuto e visibilidade para dar a conhecer a luta feminista e explicar o verdadeiro sentido da palavra feminismo. Mas não é só fora dos ecrãs que Emma tenta mudar mentes e ideias estereotipadas, em todos os planos da sua vida tem batalhado contra isso. No recente remake de A Bela e o Monstro, a protagonista lutou para que a sua personagem não usasse saltos altos e corpete.
Liberdade de escolha
O seu compromisso feminista tem sido alvo de algumas críticas, tanto por parte dos homens como das mulheres. A maior polémica aconteceu em março do ano passado, quando a atriz posou sem camisola para a revista Vanity Fair. As fotos não eram explícitas, mas deixavam adivinhar a forma dos seus seios, e os comentários não tardaram a surgir. Milhares de pessoas acusaram a ativista de incoerência, por defender os direitos das mulheres e, ao mesmo tempo, posar daquela forma.
Perante as críticas, Watson disse que “o feminismo trata de dar às mulheres a capacidade de escolher, não é um palco para atacar as mulheres”, e acrescentou: “É sobre liberdade, igualdade… E realmente não entendo o que têm os meus seios a ver com tudo isto”.