Desde que criou a Corações com Coroa, há seis anos, Catarina Furtado tudo tem feito para dar voz às questões que acha fundamentais, em especial na área dos direitos humanos. Em setembro do ano passado, com a abertura do Corações com Coroa: CCC Café, a apresentadora da RTP conseguiu mais um local para trilhar o seu caminho. “O intuito deste espaço é promover à mesa os valores da solidariedade e dos direitos humanos”, explicou, justificando esta tarde aberta ao público em que reuniu à mesa nomes como Patrícia Muller, Teresa Tavares, José Luís Peixoto e Cristóvão Campos, entre outros, para assinalar o Dia Internacional da Mulher. “Acredito piamente que estes momentos podem ajudar a mudar mentalidades. Este é o quarto encontro, tertúlia, já que fazemos uma por mês e obviamente a temática de março teria de ser sobre a mulher. Estamos a viver a quarta vaga do feminismo, em que os próprios homens se estão a organizar para também eles ajudarem numa efetiva igualdade de género, e foi por isso que convidei estes homens a estarem presentes. Ainda há muito trabalho pela frente no que toca à igualdade de género, os números falam por si”, justificou Catarina.
Na plateia estava o jornalista Joaquim Furtado, pai da apresentadora, um dos principais impulsionadores deste seu caminho. “O seu exemplo de homem que sempre me fez ver, através das suas ações, que a igualdade de género é o caminho para uma sociedade mais justa, social e economicamente, foi determinante para a minha missão. O meu pai é um homem que entende e defende os direitos das mulheres enquanto direitos humanos”, confessou a apresentadora, orgulhosa.
Cristóvão Campos, o homem mais novo deste painel de oradores, ficou, como nos revelou, bastante honrado com o convite: “Acho que é fundamental que os homens comecem cada vez mais a ser chamados para discutir estas coisas, a par das mulheres. Todos nós temos heranças da desigualdade de género, e eu fico muito orgulhoso por poder falar sobre isto e sobre os erros e automatismos que os homens têm, mesmo sem quererem. Sou filho de uma sociedade desigual e há uma série de questões que são automáticas, e não ter vergonha de assumir que há assuntos em que também falhamos é muito importante.”
fotos: Victor Freitas