Num mundo pós-escândalo Weinstein, em que muitos homens têm atenção ao que dizem, como o dizem e a quem o dizem, Karl Lagerfeld gerou controvérsia ao criticar publicamente as modelos que se queixam de serem apalpadas em trabalhos. O designer de 84 anos, que é responsável pela sua marca homónima e ainda pela Fendi e Chanel, concedeu uma entrevista a Philip Utz da Numéro Magazine em que começa por revelar o que pensa do Movimento #MeToo. “Estou farto disso. Nem sequer como porco [em França, o movimento é conhecido como #BalanceTonPorc]. O que me choca mais são as vedetes que demoraram 20 anos a lembrar-se do que aconteceu. Isto para não falar do facto de não haver testemunhas de acusação. Dito isto, não suporto o Sr. Weinstein. Tive um problema com ele na [gala] amfAR”, disse o ícone do mundo da moda.
De seguida, Lagerfeld foi questionado sobre se os movimentos #MeToo e #Time’sUp afetaram o seu trabalho e teve uma reação igualmente bizarra. “Claro que não”, respondeu. “Li em algum lado que agora temos de perguntar a uma modelo se ela se sente confortável a posar. É simplesmente demasiado. De agora para a frente, como designer, não se pode fazer nada”, desabafou. “Quanto às acusações contra o pobre Karl Templar [diretor criativo da revista Interview], não acredito numa palavra. Uma rapariga queixou-se de que ele tentou puxar-lhe as calças para baixo e ele foi instantaneamente excomungado de uma profissão que até então o venerava. É inacreditável. Se não querem que vos puxem as calças para baixo, não se tornem modelos! Juntem-se a um convento de freiras. Há sempre um lugar para vocês no convento. Eles até estão a recrutar!”