Em representação de Marco Martins, que não pode estar presente em virtude da apresentação de uma peça, subiu a palco a mulher do realizador. Dirigiu um longo agradecimento ao júri, à SIC, à CARAS, a toda a equipa e, de forma particular ao ator Nuno Lopes, que protagonizou o filme, não esquecendo aqueles que o inspiraram para realizar o filme: todos os portugueses que lutaram contra a crise, sem esquecer “os milhares de portugueses que viram o filme contra as expetativas”. Numa crítica à indefinição daquele que considera ser um baixo financiamento do Orçamento de Estado disponível para a cultura, Marco Martins recordou que “o cinema português é feito pelos seus autores”, e esse é o ponto forte desta área.
São Jorge conta a história de Jorge, um pugilista desempregado que se esforça por garantir o sustento da mulher e do filho, Susana e Nélson. Quando ela, emigrante brasileira, decide fugir da crise financeira que se instalou em Portugal, regressando ao seu país de origem, Jorge fica sem alternativas. Acaba por aceitar um trabalho numa empresa de cobrança de dívidas. Usando o seu corpo treinado para a luta corpo a corpo, passa a intimidar pessoas que, tal como ele, se encontram numa situação desesperada. Esta é a terceira longa-metragem do realizador depois de Alice, de 2005, também protagonizada por Nuno Lopes, e de Como Desenhar Um Círculo Perfeito, de 2009. O ator Nuno Lopes recebeu o Prémio Orizzonti para Melhor Actor no Festival de Veneza pela sua interpretação.
Na mesma categoria estavam nomeados A Fábrica de Nada (Pedro Pinho), Fátima (João Canijo) e Peregrinação (João Botelho).
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