Faleceu António Arnaut esta segunda-feira, 21 de maio, aos 82 anos de vida. Oriundo da Cumeeira (Penela), distrito de Coimbra, encontrava-se internado há já algum tempo no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Envolvido desde cedo na luta antifascista, foi membro fundador do Partido Socialista – do qual é o militante número quatro e presidente honorário desde 2016 -, desempenhou funções como deputado, vice-presidente da Assembleia da República e ministro dos Assuntos Sociais. Foi nessa última qualidade que se tornou responsável pela publicação do decreto-lei que deu origem à criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 1979. Esta decisão valeu-lhe inúmeras distinções ao longo da vida, de entre as quais o Prémio Corino de Andrade, a Medalha de Ouro dos Serviços Distintos e o Prémio Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Advogado de formação e profissão, abraçou a luta pelo acesso aos cuidados de saúde ao longo da sua carreira e chegou a categorizar a criação do SNS como uma das principais conquistas do pós 25 de abril de 1974.
Apaixonado pela escrita, foi em 1954 que se iniciou nesta área mas só em 1983, quando abandonou a política do ponto de vista ativa, se pode dedicar àquela que é a sua paixão de juventude, tendo publicado inclusivamente 30 títulos nas áreas de poesia, ficção e ensaio.
Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, foi também Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e condecorado em várias ocasiões ao longo da vida, nomeadamente com a Ordem da Liberdade (a Grande Oficial, em 2004, e a Grã Cruz, em 2016).