Anthony Bourdain morreu esta sexta-feira, 8 de junho, e com ele parte um legado notável. Mestre da cozinha, atravessou fronteiras para encontro o que de melhor se cozinhava pelo mundo. Tudo por uma boa história, refeição ou amizade. Nasceu em 1956 em Nova Iorque mas foi em Nova Jersey que cresceu. Estudou no Vassar College e mais tarde no Culinary Institute of America em 1978. Casou-se com Nancy Putkoski em 1986, de quem se divorciou volvidos 20 anos. Voltou a casar-se em 2007 com Ottavia Busia de quem tem uma filha, Ariane, de 11 anos. Separaram-se há dois anos. A última namorada conhecida foi a atriz Asia Argento.
Até 2000 trabalhou na Brasserie Les Halles, em Nova Iorque. Apresentou programas de televisão, escreveu livros e deu ao mundo um novo olhar sobre a comida, as viagens e a simbiose destes que o faziam querer ir sempre mais além.
Lançou o livro Cozinha Confidencial onde descrevia o lado desconhecido dos restaurantes de luxo, com um lado autobiográfico onde confessava ter um passado ligado ao consumo de drogas.
O artigo Não coma antes de ler isto, publicado na revista The New Yorker em 1999 tornou-se um sucesso e deu origem a um livro no ano seguinte chamado Cozinha Confidencial. Muitos conhecem-no de Parts Unknow, o seu programa televisivo mais famoso onde mostrava paraísos esquecidos pelo tempo, pela guerra, pela políticas ou por crises das mais diversas ordens. As conversas sobre cozinha e política misturavam-se, deixando prevalecer o lado humanitária e político do chef. Denfendeu populações marginalizadas e colocou-se na primeira fila na luta por melhores e mais seguras condições de trabalho para os profissionais da restauração.
Apresentou inúmeros formatos televisivos como A Cook’s Tour, No Reservations e The Layover. A partir de 2012 deixou o Travel Channel e passou a colaborar com a CNN, com quem estava a gravar a sexta temporada de Parts Unknown. Chegou a ser banido do Azerbeijão em virtude por ter viajado para Nagorno-Karabakh para gravar um episódio sem autorização do governo azeri, território disputado há 30 anos por esse país e pela Arménia.
Foi premiado das mais diversas formas na sua área. Homenageado em 2013 com o Peabody Award a propósito deste programa, o júri afirmou que a distinção se devia à “expansão dos paladares e dos horizontes em igual medida. É irreverente, honesto, curioso e nunca condescendente ou obediente. As pessoas abrem-se com ele e ao fazê-lo revelam muitas vezes mais sobre a sua cidade natal ou país do que um repórter tradicional poderia documentar”.