Sharam Diniz vai dar vida a Naomi Andrade, uma rapariga do Bairro da Cova da Moura, na nova novela da SIC Alma e Coração, que estreia em setembro. Depois de ter feito uma pequena participação em A Única Mulher, esta é a sua primeira grande experiência como atriz. Empenhada em construir uma carreira na representação, a manequim, de 27 anos, afirma, convicta, que quer trabalhar em Hollywood. Para muitos, este desejo até pode parecer um devaneio de quem está deslumbrado com um novo mundo, mas se há algo que a luso-angolana sabe é como ultrapassar as dificuldades para realizar os seus sonhos. A trabalhar há dez anos no mundo da moda, Sharam deixou a família e foi viver para Nova Iorque. A pulso, conseguiu singrar num meio muito competitivo, tendo chegado a pisar uma das passerelles mais cobiçadas: a da Victoria’s Secret. Foi avaliada, comparada com outras modelos e ouviu vários “nãos.” Contudo, nunca baixou os braços nem duvidou de si mesma. Agora, chegou a altura de mostrar que pode brilhar noutros “palcos”.
Entretanto, terminado o seu casamento com o gestor Marcelo Costa, a aspirante a atriz não poderia estar mais confortável na pele de uma mulher solteira. Sem estar à espera de encontrar o amor da sua vida, pelo menos para já, Sharam vive sem complexos as suas “paixonetas”, como contou nesta entrevista à CARAS.
– Há algum tempo que queria entrar no mundo da representação. Esta novela é a oportunidade certa para apostar nessa área?
Sharam Diniz – Sim. Sei que vai ser um grande desafio, mas estou a ter muito apoio. Não hesitei nem um segundo. Apostar na representação era algo que queria há muito tempo, mas nunca consegui ter agenda para me afastar tanto tempo de Nova Iorque e do mercado da moda. Agora estou preparada para arriscar e dar o meu melhor.
– Ficou assustada por perceber que a sua vida iria mudar radicalmente?
– Não fiquei assustada, porque adoro Lisboa, que considero a minha segunda casa. Tenho família e amigos cá. Não me desliguei totalmente da moda e acredito que isso não vá acontecer tão cedo. Agora até tenho a oportunidade de apostar mais no mercado europeu, algo que nunca consegui por estar em Nova Iorque. Mas a minha prioridade é mesmo interpretar bem este papel.
– E como é o seu papel nesta novela?
– É um papel muito interessante, porque aborda os preconceitos que existem à volta da realidade das pessoas que vivem em bairros carenciados, como a Cova da Moura, e que trabalham muito para conseguirem proporcionar uma boa educação aos filhos.
– Como é que se preparou para a personagem?
– Quando fui à Cova da Moura, percebi que já tinha estado em bairros semelhantes em Luanda. Inspirei-me sobretudo na bondade e na gentileza destas pessoas. Ali, dizemos bom dia e as pessoas respondem-nos. No meu prédio, isso nem sempre acontece. Fui muito bem recebida na Cova da Moura. O meu primeiro dia de gravações foi lá, o que me marcou bastante. É ótimo poder mostrar que neste bairro vivem pessoas como nós. Acredito que o público se irá rever nesta família.
– Este papel obrigou-a a olhar para dentro e a perceber o que é realmente importante na sua vida?
– Sim, sem dúvida. Agradeço muito o que Deus me dá. Às vezes não temos aquilo que queremos porque ainda não estamos preparados. Cada um tem a sua trajetória. O importante é acreditar e trabalhar para isso.
– A competitividade que se vive no mundo da moda ensinou-a a lidar com as adversidades?
– Sim. Na moda, somos julgados diariamente pela nossa aparência. É importante saber de onde vimos e para onde queremos ir. É isso que nos permite alcançar os nossos objetivos.
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1197 da revista CARAS.
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