Ao fim de oito anos de vida em comum com Hugo Caetano, Rita Mendes decidiu que o seu caminho já não se fazia a par e passo com o dele. Desde então, tem lutado por esta decisão que tomou a pensar em si e nos filhos, Afonso, de oito anos, e Matilde, de cinco. Paralelamente, neste último ano a DJ e apresentadora tem mudado a sua atitude perante a vida. “Tenho vindo a fazer um processo grande de mudança interior. Fiz um curso de coaching com a Susana Torres e tenho percebido que às vezes é preciso pararmos, sermos gratos à vida e saber focalizar o que queremos. Às vezes queremos tanta coisa que não conseguimos o essencial”, explicou nesta conversa, que decorreu no âmbito do Sunset CARAS, no Comporta Café.
– Esta decisão de olhar mais para dentro influenciou de alguma forma a sua separação?
Rita Mendes – Sim. Já sabia há algum tempo que tínhamos que tomar esta decisão. Não há culpas nestas coisas, há responsabilidades dos dois lados. Muitas vezes a imagem do casal perfeito que fazemos transparecer acaba por nos ir apaziguando determinadas dores que vão ficando ali e vais deixando andar. Depois há a questão da família… Nada é feito de ânimo leve. Mas interiormente já o sabia há algum tempo e esta injeção de desenvolvimento pessoal fez-me perceber que em tudo na vida, se não atuarmos, as coisas não mudam. Muitas vezes temos de sair da nossa zona de conforto, mesmo que magoe. Percebi que não estava bem. Não sabemos o futuro, mas dar este passo foi a primeira mudança para ficar bem. Não deixou de ser assustador ao início, tenho 41 anos, portanto estou naquela idade em que as pessoas se começam a acomodar e eu, de repente, estou a recomeçar a vida outra vez. Por outro lado, também me sinto orgulhosa disso.
– É uma sensação de empoderamento tomar as decisões que, apesar de difíceis, podem ser as mais corretas?
– Acho que sim, principalmente quando meio mundo está contra ti. Mas também nos torna mais fortes. Cada um tem a sua própria verdade e temos de deixar de viver para fora e forcarmo-nos no interior. É quando fazemos isso que as oportunidades surgem e tudo muda.
– E agora como encara a possibilidade de voltar a amar?
– Muito bem. Não concordo com aquele cliché que diz que para crescermos temos de estar sozinhos. Sempre acreditei no amor, sou muito idealista, acredito no destino e nos casamentos que o universo faz. Por isso, se calhar, para já não, mas quem sabe se amanhã o amor não me bate à porta?!
– Entretanto, regressou à televisão…
– Durante anos quis voltar e andei angustiada com a sensação de não ter lugar na televisão… A vida tem-me corrido muito bem, mas a televisão era uma pedra no sapato. Um dia resignei-me e foi quando surgiu esta oportunidade. A vida é muito curiosa… E é muito bom voltar a ter um pé naquilo que gosto. Sinto-me em casa, não me sinto nervosa, e é incrível. Embora este programa tenha um tipo de conteúdo a que não estou habituada, é uma montra para as pessoas que não se lembram de mim. Não tenho vergonha de dizer que estou aqui, continuo a dar cartas, tenho “estaleca” para isto e muito mais. Neste momento estou de corpo e alma no Vamos Jogar e está a ser uma experiência muito gira.
– Tem conseguido conciliar horários com os seus filhos?
– Mais vale ver o copo meio cheio, estar separada e ter guarda partilhada acaba por me ajudar, porque nas semanas em que estou sem os miúdos consigo dedicar-me ao trabalho, mas nas outras estou completamente em modo mãe. É um pouco bipolar, mas tem de ser.
Fotos: Ricardo Santos