Desde 2015 que as embaixadoras residentes em Portugal decidiram reunirse na Associação de Mulheres Embaixadoras, que criaram com o intuito de despertar e promover o interesse das jovens pela carreira diplomática, algo que só se tornou possível para as mulheres a partir de 25 de abril de 1974. Foi num almoço, iniciativa que organizam com alguma regularidade e para a qual costumam convidar figuras de relevância no panorama nacional, que nos explicaram melhor o conceito desta Associação.
“A nossa Associação de Mulheres Embaixadoras é um grupo de participação voluntária, criado em 2015 por iniciativa da então embaixadora do Paquistão – que foi a sua primeira presidente –, com o alto patrocínio do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Seguiu-se na presidência a embaixadora da Suécia e, na vice-presidência, a embaixadora da Tunísia”, começa por informar a atual presidente do grupo, Carmenza Jaramillo, embaixadora da Colômbia em Lisboa. “Definitivamente, o projeto Associação de Mulheres Embaixadoras é essencial para promover a igualdade de género. Há necessidade de potenciar o acesso das mulheres a altos cargos públicos e privados, para gerar think tanks sobre os temas mais atuais e, sobretudo, para chegar à juventude. Para que cada jovem possa sonhar e acreditar que pode ser o que quiser. Esse é, sem dúvida, um dos principais desafios do século XXI”, esclareceu ainda Carmenza Jaramillo.
Neste primeiro almoço do ano, que decorreu no restaurante Tavares, no centro de Lisboa, as embaixadoras convidaram Assunção Cristas, presidente do CDS-PP, para falar sobre o país que deseja construir e os desafios inerentes a esse objetivo.
“É uma mulher dinâmica, solidária, mãe de quatro filhos, católica, e é uma referência feminina e conservadora no panorama político português. Atualmente, é a cara mais visível da oposição e é protagonista dos debates mais intensos na Assembleia da República”, justificou a presidente da Associação. “Tenho uma grande admiração pela Associação das Mulheres Embaixadoras, e foi para mim um gosto ser oradora neste almoço, partilhando a minha visão sobre Portugal e o mundo”, assumiu Assunção Cristas, que fez questão de falar sobre os temas que lhe são mais caros, entre eles a natalidade e a educação.
Mãe de quatro filhos, Maria do Mar, de 17 anos, José Maria, de 15, Vicente Maria, de 13, e Maria da Luz, de cinco, a líder centrista nunca escondeu a importância máxima que a família assume na sua vida. E, apesar da agenda preenchida, Assunção garante que equilibra muito bem o seu papel de mãe e de mulher com o papel político que assume todos os dias.
“Procuro ser muito focada e aproveitar o meu tempo o melhor possível. Por exemplo, limito ao máximo compromissos de jantar e à noite. Quem me vai conhecendo já sabe que prefiro almoçar – quando as crianças estão na escola – e reservar o jantar para estar em casa”, explicou.
Quem também contribui largamente para este equilíbrio é Tiago Machado da Graça, marido de Assunção Cristas. Juntos desde a adolescência, encontram um no outro o apoio e o respeito que sustenta o dia a dia em família. “Tenho a graça na minha vida de ter um marido extraordinário. Na verdade, crescemos juntos (namoramos desde os 17 anos) e partilhamos todas as decisões e etapas da nossa vida. Sem ele era impossível eu estar na política com este nível de compromisso”, admitiu Assunção Cristas.
Neste início de tarde que se fez no feminino, foram muitas as partilhas que aconteceram à mesa, como é tão tipicamente português. O que deixou Carmenza Jaramillo muito satisfeita. “Aproximando-se a data do final da minha missão em Portugal, é com imensa satisfação e sentimento de dever cumprido que encerro este mandato como presidente da Associação de Mulheres Embaixadoras, o qual assumi em julho de 2017”, sublinhou a embaixadora da Colômbia, que fez questão de surpreender Assunção Cristas ao presenteá-la com um colar, uma réplica de uma peça de joalharia do período pré-colombiano elaborada pelas tribos que habitavam, nessa época, os territórios que representam atualmente a Colômbia. O original da peça encontra-se no Museu do Ouro, em Bogotá, a capital da Colômbia.