Margarida Rebelo Pinto é a mais nova de três irmãos e tem uma sede insaciável de palavras. Desde pequena que disse que queria ser escritora e da sua carreira já fazem parte 16 romances, sendo que o primeiro, Sei Lá, foi lançado há 20 anos.
Portugal é o seu país, mas é no Brasil que mora o seu coração. “O Brasil é o meu ‘balão de oxigénio’, o sítio onde consigo relaxar e onde me sinto mais leve”, admitiu.
E foi precisamente no Rio de Janeiro que tirou estas fotos para uma entrevista onde fala sobre a idade, o filho, Lourenço, de 23 anos, o AVC que sofreu aos 40 anos e o seu último livro, Vem Voar comigo, que conta a história de três amigas à procura de uma segunda oportunidade no amor.
– Ser escritora é o papel que a preenche?
Margarida Rebelo Pinto – Quis sempre construir uma carreira consistente, e a escrita é mesmo o meu elemento. Gosto muito de ser romancista, mas estou sempre atenta a coisas novas. Sou Gémeos e preciso de dopamina, que é a hormona do bem-estar, dada por estímulos. Estive em casa fechada durante 20 anos a escrever livros. Tenho uma peça de teatro, que está em vias de entrar em produção, escrita em português do Brasil, e estou a trabalhar com músicos para poder escrever letras.
– Em algum momento se sente só?
– O trabalho de romancista obriga a uma grande solidão e eu não tenho esse feitio. Sou muito comunicativa e, com os anos, a solidão com o trabalho de escritora pesou.
– Como é que faz essa gestão?
– É difícil. Tenho muitos recursos, procuro sempre complementos. Só tenho um filho, mas tenho cinco sobrinhas, com quem tenho uma relação ótima. Sou uma pessoa muito sociável, tenho rotinas que me defendem da solidão. Por exemplo, almoços com os meus pais ou com amigas. Os meus dias são respirar, meditar, escrever, treinar e recomeçar. Sou muito rotineira, e sem rotina não me consigo organizar.
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1224 da revista CARAS.
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