I’m Your Mirror marca o regresso de Joana Vasconcelos, de 47 anos, ao Museu de Serralves, naquela que tem tudo para ser a grande exposição do ano. Depois do sucesso que esta mostra teve no Museu Guggenheim de Bilbau, onde recebeu mais de 640 mil visitantes, esta retrospetiva que percorre os seus 20 anos de trabalho pode ser visitada no Porto até 24 de junho. No parque e no museu estão mais de 30 obras, 14 das quais nunca expostas em Portugal, como é o caso de Solitário, um anel com sete metros, que pesa três toneladas e é feito a partir de 112 jantes de carros e 1324 copos de cristal. Mas também estão as suas peças mais conhecidas, como Marilyn, um par de sapatos de salto alto feito com panelas, ou A Noiva, um candelabro com 14 mil tampões.
“Estar aqui tem uma importância particular. É estar no meu país, na minha terra, com a minha família”, afirmou a artista, recordando: “Foi aqui que fiz a primeira aparição num museu e a primeira exposição com outros artistas internacionais.”
Na inauguração, Joana Vasconcelos esteve rodeada de amigos e ouviu muitos elogios, nomeadamente do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que agradeceu, “em nome de Portugal”, mais “um testemunho que enriquece” o país. “Não sei se ela entrará, à medida do que me parece justo que lhe seja reconhecido, na História universal, nas áreas que resultaram do seu talento. Mas na História de Portugal, do Portugal contemporâneo, ela já entrou”, afirmou.
Por sua vez, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, defendeu que “a grande arte de Joana Vasconcelos é fazer-nos olhar ao espelho, como povo e como mulheres”.
Amiga de longa data da artista, Agatha Ruiz de la Prada viajou até ao Porto por umas horas para a apoiar neste noite tão especial. “Ela é a melhor artista do planeta. Gosto muito de Serralves, venho cá com frequência, e estou contente por ver aqui as obras da Joana com o destaque que ela merece”, frisou a estilista, que descreve Joana como “uma mulher inteligente, brilhante e divertida”.
Agregadora, Joana Vascon-celos reuniu em Serralves representantes das mais diferentes áreas. Da política, da economia, da sociedade, do desporto, da cultura e da moda, todos prestaram homenagem à artista cuja obra os portugueses começaram por estranhar, mas que, com o tempo, aprenderam a respeitar e a admirar.
