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João Lima
Quando Bárbara Branco, de 19 anos, e José Condessa, de 21, estão ao lado um do outro, as gargalhadas surgem instantaneamente, tal como os olhares cúmplices e os toques fugazes, que seriam de certeza mais demorados se não houvesse ninguém a ver. Tudo entre eles é fluido, natural. Há uma química quase palpável que não passa despercebida. E é essa cumplicidade, aliada ao talento que já lhes foi reconhecido pelos seus pares, que levam para o palco em Romeu e Julieta, em cena no Teatro da Trindade.
Tal como os jovens imortalizados por William Shakespeare, os atores também se apaixonaram, e namoram há um ano. As peças que foram fazendo juntos acabaram por lhes mostrar que a química de atores que existia entre ambos se estendia, afinal, para lá do décor. Horas antes de levarem mais uma vez à cena Romeu e Julieta, José e Bárbara contaram como tem sido gratificante partilharem tantos palcos.
– Não se recebe todos os dias convite para levar à cena um dos textos mais conhecidos da dramaturgia mundial. Ficaram nervosos?
José Condessa – Sim. Quando aceitamos fazer esta peça, temos de saber lidar com as expectativas, porque o público traz uma ideia preconcebida. Lido bem com isso. Aceitámos este trabalho um ano e meio antes de estrearmos. Quando o Diogo Infante nos convidou, estava a trabalhar com a Bárbara no Teatro Experimental de Cascais, mas ainda não namorávamos.
Bárbara Branco – Para mim é sempre difícil lidar com as expectativas, sobretudo com as minhas. O que sempre quisemos foi não defraudar o imaginário das pessoas.
– O que quiseram acrescentar a estas personagens?
José – Fomos encenados pelo João Mota, que teve um papel fundamental. Foi no nosso trabalho conjunto que começou a surgir a personagem. Temos sempre a obrigação de acrescentar algo sem desvirtuar a personagem.
Bárbara – Ajudaram-me muito os avisos do João Mota, sobretudo quando me recordava que a Julieta tem 14 anos. Por isso procurei, acima de tudo, que a minha Julieta tivesse essa frescura e alegria da idade.
– Emprestaram muito de vós a este Romeu e a esta Julieta?
José – Sim. Tal como as personagens que representamos, também somos jovens, mantemos alguma irreverência e aquela capacidade de nos apaixonarmos e de vivermos para essa paixão. E com esse romantismo tão presente conseguimos experienciar as emoções das personagens de forma muito verdadeira.
Bárbara – A minha alegria está muito presente nesta Julieta. Tal como eu, ela gosta de brincar e de se divertir. Comecei a trabalhar muito jovem e sou a mais velha de cinco filhos, o que me deu uma responsabilidade acrescida. E sinto que esta personagem me está a permitir desfrutar de uma liberdade única, porque, ao contrário de mim, ela não tem obrigações.