Durante vários anos, Rita Andrade foi uma das caras bonitas da SIC. Simpática e talentosa, a antiga apresentadora, de 37 anos, conduziu vários programas, entre eles o Fama Show. Apaixonada pela nutrição e pela promoção da saúde e do bem-estar, em 2016 decidiu seguir o seu coração e trocou os ecrãs pelo sonho de ter a sua própria clínica, a MindEat. Nesta mudança de vida, os saltos altos deram lugar aos ténis, as roupas mais femininas e sensuais foram trocadas pela bata branca e os famosos que entrevistava foram substituídos por pacientes a quem eleva a autoestima. E foi nesta rotina de quem se dá aos outros que a nutricionista descobriu a sua vocação e realização plena.
Para esta felicidade também contribui, e muito, o filho, Gustavo, de nove anos, que nasceu do seu casamento com o empresário Nuno Ramos, uma união que terminou recentemente, como confirmou Rita sem se alongar em comentários. Dedicada ao trabalho e ao filho, a nutricionista é, acima de tudo, uma mulher feliz com a vida que escolheu, como nos contou numa manhã passada à beira-rio.
– Sempre que se fala de nutrição, não consegue parar de sorrir. Encontrou mesmo a sua vocação!
Rita Andrade – Sim! Sou apaixonada por aquilo que faço, que é algo importantíssimo para sermos felizes. Foi uma grande mudança, mas não foi repentina. Fui crescendo como nutricionista até não conseguir conciliar a nutrição com o trabalho que desenvolvia em televisão. E foi aí que o coração falou mais alto. A MindEat nasceu em 2016 e abriu as portas um ano mais tarde, mas antes disso já fazia bastante trabalho como nutricionista.
– Nunca se arrependeu, portanto, de deixar a televisão…
– Não. Sinto que tenho a vida que escolhi e com que sempre sonhei. Todos os dias dou um bocadinho mais de mim e recebo na mesma medida dos meus pacientes. Comecei a fazer televisão com 21 anos e nessa altura tinha objetivos muito diferentes dos que tenho hoje. Tornei-me mulher com a televisão. Nunca tinha usado saltos altos nem posto rímel. Chegava aos estúdios para fazer o Curto-Circuito com o cabelo ainda com sal, porque tinha ido surfar. O que guardo com mais ternura são os diretos e o trabalho que fiz no terreno. Mas tudo isso fez parte de um período da minha vida. Nunca me senti insatisfeita com a apresentação, mas não me preenchia como a nutrição. Por isso não devo voltar a fazer televisão.
– E o trabalho como nutricionista também a tem transformado enquanto mulher?
– Sim. Hoje sou uma Rita muito diferente. Quando se teve um paciente com hipertensão arterial, que dormia com uma máscara porque tinha apneia do sono, não conseguia brincar com a filha, tinha vergonha do seu corpo, e que, passados seis meses de trabalho em conjunto, perdeu mais de 30 quilos e já não tem esses problemas, sentimos que mudámos não só a vida daquela pessoa como de uma família. E não consigo descrever a gratidão que sinto por poder fazer isto. Sei que estou a fazer o que está certo. Tornei-me mais grata.