Na tarde em que foi apresentada como nova embaixadora da L’Oréal, Cristina Ferreira deu uma entrevista exclusiva à CARAS, na qual falou sobre estes últimos meses, em que transformou o paradigma da televisão com O Programa da Cristina, da SIC, e sobre tudo o que se seguiu: o sucesso desmesurado, o trabalho intenso, a vontade alheia de a ver cair e a amizade com Manuel Luís Goucha. Imutável permanece o mais importante: a família.
– Olá, Cristina. Ou devo dizer: olá, Sr.ª Televisão?
Cristina Ferreira – [Risos.] Gosto de sentir isso, porque a paixão que tenho pela televisão é tão grande que é maravilhoso perceber que posso fazer a diferença pela forma como comunico, como chego às pessoas, como as pessoas olham para os outros de forma iluminada, e que reconhecem isso… Gosto de iluminar as pessoas e tenho-o conseguido todos os dias.
– Existe uma televisão antes da sua ida para a SIC e outra completamente diferente depois da sua entrada na estação?
– Não posso mesmo ignorar isso, não é?! Se estava à espera que a mudança fosse tão radical? Não. Sabia muito bem o que queria fazer, mas achava que a caminhada iria ser muito mais difícil do que foi em termos de resultados. Sempre achei que estas mudanças levam algum tempo, que as pessoas precisariam de olhar e de entender o conceito, mas desde o primeiro dia que as pessoas gostam. Posso ter dado o pontapé de saída e posso ter sido essa alavanca, mas é evidente que não faço nada sozinha. Aliás, muitas das pessoas da equipa que tenho faziam parte do “bairro” que eu não conhecia. E é tão bom sentir o entusiasmo das pessoas! Porque às vezes as coisas estão um bocadinho adormecidas, vivemos naquela fase do deixa andar e depois vem alguém que diz: “Bora lá, vamos em frente!” E esse abanão eu sei que o dei.
– Mas acha que havia pessoas à espera de um tropeção, à espera de a ver cair?
– Sim, e isso acontece desde o meu primeiro dia na televisão, desde o primeiro dia em que lanço o que quer que seja. E custa-me entender isso. Gosto tanto que se reconheça o valor dos outros que às vezes me custa que o sentimento seja o de: “Deixa-me ver se ela cai desta vez. Vamos lá ver se a escolha é a errada.” Não tenho medo nenhum de escolhas erradas. Tenho medo é do dia em que não sentir este entusiasmo, em que não tenha o sonho dentro de mim. Aí, tenho medo do futuro, mas até lá costumo dizer que mesmo num beco sem saída há uma hipótese, a de voltar para trás. Estou preparadíssima para que haja coisas que não me corram nada bem. Mas quando acreditamos, quando trabalhamos para isso, sentimos de facto que merecemos. E estes seis meses foram muito duros, muito mais duros do que qualquer pessoa possa imaginar. É uma constante atenção a tudo, é tudo construído ao pormenor, todos os dias, e isso cansa muito, emocional e mentalmente. E eu sabia o peso que tinha nos ombros. Fui aliviando ao longo do tempo, o que não impede, tal como o Daniel [Oliveira] diz, de estar tudo perfeito e de eu querer mais ainda. É o não me encostar àquilo que construí.
Cristina Ferreira: “Tenho medo do dia em que não tenha o sonho dentro de mim”
A apresentadora fala do sucesso, da amizade com Manuel Luís Goucha e da relação com o filho adolescente.