Na sua nova exposição, Welcome, Rueffa convida à contemplação e ao sentir através daquilo que considera mais belo: a música. “Sem música não existe criação. E as minhas criações passam muito por aquilo que foi cada uma destas pessoas. Interessa-me a garra delas. O Ray Charles, por exemplo, era cego, mas era um excelente jogador de xadrez. Na verdade, tudo o que faço é para lhes agradecer. Se não fossem eles, não ouviria esta música maravilhosa”, explicou a artista plástica à CARAS durante o cocktail que antecedeu a abertura desta exposição, no espaço da Igreja de São Mamede.
Na verdade, parte das receitas de venda dos seus quadros irão contribuir para a restauração de um órgão desta igreja. O instrumento, do século XVIII, é do mesmo construtor do órgão da Catedral de Notre-Dame, em Paris. “Está a ser uma alegria ter aqui esta exposição e é também uma ajuda à ressurreição que quero fazer desta paróquia. Abri-la à arte e à Rueffa é iniciar este propósito”, sublinhou o Padre Ismael Teixeira. Quem fez a ponte entre o pároco e Rueffa foi Filipa Galante, que se lembrou imediatamente deste espaço para a exposição da artista. “Conheci a Rueffa por acaso e já há algum tempo que planeava organizar algo aqui, na Igreja de São Mamede. Quando a Rueffa me apresentou a ideia dela, senti que este seria o sítio certo para tudo acontecer. A intenção foi sempre fazermos uma exposição que fosse além da comercialização de quadros. É abrir a arte para toda a gente e levar as pessoas a sentirem a arte e aquilo que a Rueffa tem para dar de si, enquanto artista, à sociedade”, explicou. E ninguém ficou indiferente à mensagem de Rueffa. “Gosto muito do lado louco da Rueffa, gosto das ideias dela, da forma como as trabalha e amadurece. É muito disciplinada no seu trabalho, dá tudo… Não faz nada em que não acredite, e isso é extraordinário. Ela marca a diferença e é de uma entrega rara na sua geração”, assegurou Alexandra Lencastre.
