Foram dois meses delicados que agora foram recordados em conversa com Cristina Ferreira na primeira grande entrevista após o internamento. Ângelo Rodrigues conversou com a apresentadora da SIC sobre a infeção que o deixou em risco de vida e o tempo que passou no Hospital Garcia da Orta, em Almada.
“Nunca na minha vida imaginava que ir ficar em coma. Tanto que quando acordei via toda a gente triste à minha volta, o corpo médico e os enfermeiros, mais a minha família e os meus amigos e eu tentava perceber o que é que tinha acontecido”, admitiu o ator, que deu entrada na unidade hospitalar com um quadro grave.
De seguida, revela o que aconteceu após ter despertado do coma de quatro dias: “Explicaram-me que tinha estado em coma e eu pensava que estavam a gozar comigo. E depois explicaram-me que tinha tido uma septicemia, portanto, uma falência dos meus órgãos que fez com que eu ficasse numa cama de hospital durante dois meses, mas durante muito tempo foi difícil acreditar nisso, como uma coisa que realmente aconteceu.”
Ângelo explica que, em situações traumáticas o cérebro entra em mecanismos de defesa e de sobrevivência e por isso é normal não ter memória de absolutamente nada desses dias que esteve em coma e dos três dias anteriores a isso. “Tive uma amnésia temporária”.
“De repente dizem que posso morrer ou ficar sem uma perna ou com sequelas para o resto da vida.”, recorda emocionado, dizendo a Cristina. “Estive bem próximo de não estar aqui a falar contigo.”
Seguiram-se semanas de tratamentos e Ângelo faz então uma confissão inesperada: “Sabia que alguma coisa tinha acontecido com a minha perna. Não quis ver. Estive dois meses sem olhar para a minha perna e só no último dia, quando tirei a ligadura, é que vi as marcas que este acidente trouxe ao meu corpo.”
Ângelo explica o que tinha sucedido e como se sentiu: “Entristeceu-me ver o que tinha na perna. Abriram-me grande parte da perna, tenho uma cicatriz de cima até abaixo do joelho e precisaram de fazer um enxerto de pele. Do interior da coxa usaram pele para fazer enxertos onde era necessário. Todo o processo foi moroso. Foram duas intervenções cirúrgicas nesse sentido”.