A família de Sofia Correia mostra-se uma das mais divertidas e descomplicadas nas redes sociais. Para eles, a alegria é uma forma de estar, por isso tudo pode ser encarado como uma brincadeira. Até as tarefas rotineiras do dia a dia. Tanto Sofia como o marido, Miguel Ribeiro de Carvalho, fazem questão de passar esta boa disposição constante aos filhos, Vasco, de quatro anos, e Duarte, de dois. O que foi evidente na manhã que passaram com a CARAS, onde não faltaram gargalhadas, brincadeiras e uma felicidade contagiante
– Tem um blogue de viagens que se chama “Sofi and the Boys”. É fácil ser a única mulher lá em casa?
Sofia Correia – Adoro ser a única mulher da casa, porque sou uma princesa e os meus homens são todos apaixonados por mim. Portanto, é maravilhoso ter estes três homens só para mim.
– O que é que ser mãe de rapazes trouxe à sua vida?
– Confesso que adoro ser mãe de rapazes. Quando era muito nova, imaginava-me a ter uma miúda, mas quando engravidei do Vasco e soube que era um rapaz fiquei feliz. E quando engravidei pela segunda vez desejei muito que fosse outro rapaz. Não sei o que é ser mãe de miúdas, mas ser mãe de rapazes é muito bom. Os meus filhos não adoram, pelo menos para já, futebol e carros, até porque também não promovo muito isso, mas adoram animais e acho que têm uma sensibilidade grande e são uns amores. São muito agarrados a mim, e eu adoro.
– Sendo as viagens uma das vossas grandes paixões, não posso deixar de perguntar se a maior viagem de todas, e a mais surpreendente, é mesmo esta da maternidade?
– Não sou muito desses clichés, mas acredito que a maior viagem é mesmo a vida. A maternidade, a mim, só me trouxe coisas boas. Acho incrível teres duas pessoas que são fruto de um amor, que têm a sua própria personalidade, que terão a sua própria vida independente da nossa, as suas ideias… Ser mãe é algo incrível e não me via a passar por esta vida sem experienciar isso. Ser mãe é a viagem mais bonita de todas. E lá caí eu no cliché! [Risos.]
– Todas as relações têm de se adaptar à chegada dos filhos. Esses ajustes só mostraram um amor ainda mais sólido?
– Sim, a nossa relação ficou mais sólida, porque olhamos para os nossos filhos e ficamos os dois incrivelmente surpreendidos e agradecidos por serem fruto do nosso amor. Claro que a gestão de um casamento com duas crianças é diferente, não podemos estar juntos quando e como queremos, pelo que acho que é preciso fazer viagens a dois – que fazemos pelo menos uma vez por ano –, termos momentos a sós e lembrarmo-nos sempre como tudo começou. Porque as rotinas podem complicar esta equação, mas estes dois miúdos queridos solidificaram ainda mais a nossa relação.
– E há planos para aumentarem a família?
– Tem dias… [Risos.] Às vezes apetece-nos, outras não. Gostávamos de ter pelo menos mais um filho, mas está tudo tão perfeito assim que por vezes duvidamos se devemos mudar o quadro. Por isso, neste momento não há planos concretos para isso.
– Acha que escolher ser mãe pode, de alguma forma, comprometer a carreira de atriz?
– Acho que pode, sim. Senti isso, mas também sempre fiz muito teatro e pouca televisão. E os horários de teatro são mais complicados de gerir quando temos filhos. Claro que tudo se faz, aliás fi-lo quando o Vasco era bebé… Mas sim, senti um bocado isso, porque as pessoas partem do pressuposto errado de que a partir do momento em que és mãe só te queres dedicar à maternidade. Adoro ser mãe, mas não me imagino só dedicada a este papel. E não o faço.
– O blogue surge precisamente de uma necessidade de se reinventar?
– O blogue surgiu um bocado por acaso. Sou formada em Comunicação e houve uma altura em que senti necessidade de escrever. É uma coisa que adoro. E quando viajei grávida para a Indonésia, senti que havia poucas informações sobre viagens durante a gravidez e com crianças. E achei que podia partilhar a nossa experiência. A verdade é que tenho tido um feedback muito positivo, o que me deixa muito feliz.
– É importante mostrar também desta forma que a maternidade não nos encerra, mas que, pelo contrário, nos expande?
– Claramente. Mas nem passa por mostrar, é uma partilha muito natural disso mesmo. A maternidade só me dá mais capacidade de sonhar, mais vontade de fazer coisas, a maternidade expande-nos. Abre-nos os horizontes, dá-nos vontade de mostrar aos nossos filhos que somos capazes de conquistar o mundo.
CARAS EDIÇÃO 1272