
Ainda sem data prevista para regressar aos palcos, Ana Moura tem aproveitado para se dedicar ao seu próximo álbum e para aprender a tocar novos instrumentos, como harmónio. Apesar do entusiasmo, não esconde a preocupação com as pessoas que trabalham consigo, e por isso tomou algumas medidas, como nos contou por ocasião do espetáculo de Branko a que assistiu, em Lisboa: “Tenho tido imensos concertos cancelados e confesso que me preocupa essencialmente as pessoas que trabalham comigo. Há outras famílias que dependem de mim e tento gerir isso da melhor forma: os lucros que vou tendo são, na verdade, repartidos pela minha equipa. Meti na cabeça que este ano não iria ter retorno financeiro e, felizmente, posso fazer isso, porque me preocupei em poupar ao longo dos tempos. Houve anos em que não tinha espaço para nada a não ser trabalhar.”
Ainda sem saber se poderá lançar este ano o álbum que está a preparar, a artista confessa que a fase que vivemos não é nada inspiradora para compor: “O que vivemos não é inspiracional, nem mesmo para o fado. É impossível não nos sentirmos desmotivados com a fase que atravessamos, há uma incerteza constante. Há muita gente a passar dificuldades e isso deixa-me preocupada e com uma sensação de impotência muito grande. São tempos difíceis.”