Chama-se Stephanie Winston Wolkoff, tem 49 anos, e foi durante anos – desde 2003 – próxima da mulher de Donald Trump. Porém, atualmente, está na ‘lista negra’ do casal presidencial. Os assessores do presidente afirmam que sofre de “paranoica delirante” e acusam-na de ter mentido, no livro que publicou este ano, sugestivamente chamado Melania and Me, em que conta a história da sua amizade com a primeira-dama, o seu fim e tudo o que seguiu.
Stephanie trabalha há muitos anos como organizadora de eventos em Nova Iorque, foi administradora do Costume Institute Gala do Metropolitan Museum of Art e trabalhou no Lincoln Center como diretora de moda. Convidada para organizar o eventos da posse de Trump, eleito em 2016, viu-se anos depois envolvida num escândalo, quando se levantaram questões sobre a forma como se tinha gasto o dinheiro angariado para a campanha.
Foi iniciada uma investigação, sendo que Wolkoff tem cooperado com os investigadores, após a Casa Branca ter tentado responsabilizá-la. A empresária mostrou então documentos que revelam que a sua empresa não recebeu de 26 milhões de dólares – ao contrário do que afirma a Casa Branca – dado que grande parte desse dinheiro terá servido para pagar a fornecedores, ficando para a empresária a taxa que cobrou pelo trabalho, de 480 mil dólares. Depois de divulgada a informação, Stephanie fez saber que o seu contrato com consultora de Melania Trump tinha sido rescindido.
“Literalmente, uma manchete destruiu a minha vida e roubou-me tudo o que já tinha construído”, afirma Stephanie no seu livro. “Quando isto aconteceu, cheguei a casa e comecei a escrever um artigo de opinião. Queria explicar o que aconteceu ao dinheiro, aos 26 milhões. Ir-me-ia concentrar apenas nisso“, explica.
Porém, revela que neste processo sentiu necessidade de recuar mais no tempo e o resultado é um livro corroborado por anos de mensagens e de emails trocados com a família Trump, em que mostra a sua versão dos factos. Além do que é exposto na obra, Stephanie tem em seu poder ficheiros áudio, que ainda não foram revelados. “Não gravei até ao momento em que fui literalmente acusado de atividade criminosa” revelou depois Wolkoff à ‘People’. “Se a Casa Branca vai continuar a dizer coisas que vão contra o meu caráter, não vou esperar mais dois anos para dizer algo”.
“Acha que escreveria uma única dessas coisas sem ter 150 por cento de backup? Não o faria”, diz na mesma entrevista Wolkoff. “Se não souber de algo, direi que não sei. Se não tiver certeza de algo, direi que não tenho certeza”. E continua rebatendo as críticas da Casa Branca: “Não há paranoia aqui. Tenho documentos. Tenho por escrito.”
Wolkoff diz que foi por causa da sua relação de amizade com a então futura primeira-dama que aceitou o convite da Casa Branca, pensando que como consultora podia desenvolver projetos que lhe eram próximos, como o do bem-estar infantil.
“Achei que sabia muito sobre ela. Que eramos realmente eu e ela juntos”, diz, referindo-se à relação de confiança que pensava ter estabelecido com Melania, salientado que esta era “uma grande ouvinte”.
“Achei que tinha uma amiga inacreditável que estava a proteger e que não tinha ninguém para ajudá-la. Ela estava sozinha”, diz. “Quando estava com ela, havia carinho. Nós partilhávamos algo muito especial e eu gostei muito dela. Não foi tudo inventado”.