
Gonçalo Ribeiro Telles, arquiteto pioneiro em Portugal, morreu esta quarta-feira, dia 11, aos 98 anos. O dirigente da Aliança Democrática e antigo líder do Partido Popular Monárquico encontrava-se em casa, rodeado pela família.
Na quinta-feira, 12, o governo português decretou dia de luto nacional. Numa nota de pesar, o ministro do Ambiente da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, diz lamentar “profundamente o falecimento do arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles e apresenta aos seus familiares e amigos as suas sentidas condolências”. No mesmo comunicado enviado às redações, é dado ainda destaque ao trabalho feito ao longo de uma vida: “Arquiteto paisagista, professor universitário, ativista da causa pública, Gonçalo Ribeiro Telles é justamente recordado como uma das figuras da sociedade portuguesa que mais se empenhou na defesa do ambiente e na valorização do mundo rural, tendo sido decisiva a sua ação na consagração da Reserva Ecológica Nacional e na Reserva Agrícola Nacional”.
Gonçalo Ribeiro Telles nasceu a 25 de maio de 1922 em Lisboa. Estudou Engenharia Agrónoma e Arquitetura Paisagista. Teve um trabalho pioneiro no ordenamento do território e na ecologia.
Entre os seus trabalhos mais reconhecidos, estão o jardim da Fundação Gulbenkian, o corredor verde de Monsanto e a pista de peões e ciclstas que liga os Restauradores ao parque florestal de Monsanto. Teve também em mãos os projetos do Vale de Alcântara, da Radial de Benfica, do Vale de Chelas e do Parque Periférico, entre outros. Em 2013, recebeu o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, em Auckland, na Nova Zelândia, como reconhecimento da federação internacional do setor.
Fundou o Partido Popular Monárquico após o 25 de abril. Foi subsecretário de Estado do Ambiente nos I, II e III Governos Provisórios e Secretário de Estado da mesma pasta no I Governo Constitucional. Assinou a constituição da Aliança Democrática com Sá Carneiro e Amaro da Costa. Entre 1981 e 1983, foi ministro de Estado e da Qualidade de Vida.