À semelhança de muitos atores, João Didelet viu os seus projetos profissionais serem adiados no início da pandemia, pelo que o regresso aos palcos, em setembro, teve um sabor especial. Agora que já terminou a peça Amado Monstro, que esteve em cena no Teatro da Trindade Inatel, o ator assume que, apesar de todas as restrições necessárias, voltar a pisar as tábuas valeu muito a pena: “O estúdio tinha 50 lugares, com as regras da DGS passou para metade, mas correu sempre muito bem. O teatro tem regras de higiene muito apertadas e foram sempre todos muito cumpridores. Para mim, valeu mais fazermos apenas para 25 pessoas do que estar parado sem fazer nada.”
Preocupado, o ator tem, no entanto, encontrado motivação para resistir ao desânimo: “É angustiante ver como está a nossa cultura, mas não podemos desistir.” A eventualidade de um regresso ao confinamento assusta-o na perspetiva profissional, embora admita que as semanas em que esteve fechado com a mulher e o filho, João, de sete anos, foram memoráveis: “A parte da telescola foi dura para todos, porque ele estava no primeiro ano, mas foi uma fase que também teve partes muito boas. Estivemos muito tempo juntos e foi muito bom. Nós temos um pequeno monte no Alentejo, com terreno, e foi lá que passámos o nosso confinamento. Começámos a cultivar a terra, o que foi ótimo, e o João adorou a experiência. Para nós foi muito bom estarmos tanto tempo juntos. Sou um pai presente, mas naquela altura foi diferente, deu-me ainda maior prazer.”