As palmas e a expressão “bravo” pareciam não cessar na noite de estreia, no Teatro Aberto, de Só Eu Escapei, uma peça da dramaturga britânica Caryl Churchill protagonizada por Lídia Franco, Márcia Breia, Maria Emília Correia e Catarina Avelar.
Dirigidas por João Lourenço, estas atrizes, todas com mais de 70 anos, provam que numa sociedade que idolatra a beleza e a juventude o talento e a experiência são mais do que suficientes para encher um palco e arrebatar uma plateia.
“Foi uma noite linda! As atrizes estiveram fantásticas. Penso que as pessoas vão querer ver o que estas mulheres têm para lhes dizer. Mostram-nos que, com esta idade, podem ser protagonistas e não têm de fazer apenas os papéis de avozinhas. Em palco está a história do teatro português”, partilhou o encenador, que sublinhou ainda a importância da mensagem quase profética desta peça: “Estão a avisar-nos de que, se não paramos o rumo que o mundo está a levar, isto pode correr muito mal. Achamos muito bonito ver uma jovem como a Greta Thunberg a avisar-nos, mas também é bom ver estas pessoas mais maduras a fazê-lo. Dão-nos força.”
Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, esteve nesta estreia e mostrou que é seguro assistir a um espetáculo: “Gostei muito. Foi um momento intenso, porque é uma peça com muitas ligações ao que vivemos atualmente. As pessoas têm vontade de vir ao teatro e foi bom ver esta sala com público, cumprindo todas as regras de segurança.”