Depois da morte de Pedro Lima, em junho do ano passado, Anna Westerlund, a mulher com quem o ator partilhou a vida durante duas décadas, tem-se rodeado do amor dos filhos, Emma, de 16 anos, Mia, de 13, Max, de 10, e Clara, de cinco, e ainda de João Francisco, de 22, filho mais velho de Pedro [do seu primeiro casamento, com Patrícia Piloto], que nos últimos tempos a enche de orgulho pela forma como tem alertado as pessoas para a importância da saúde mental. Recorde-se que o ator, de 49 anos, recebia acompanhamento psicológico para tratar uma depressão quando foi encontrado morto junto a uma falésia na Praia do Abano, no Guincho.
A tentar levar a sua vida para a frente, Anna tem-se refugiado no seu trabalho como ceramista, que a tem ajudado a manter alguma normalidade, e, no passado dia 23, confessou na sua página de Instagram o que tem feito para reencontrar a paz. “Depois de o Pedro morrer, comecei a caminhar. Acompanhada ou sozinha, as caminhadas tornaram-se momentos indispensáveis na minha vida. A caminhar clarifico ideias, intensifico emoções, respondo a perguntas e procuro paz e força. O caminho é quase sempre o mesmo. Esta semana tive uma dessas caminhadas boas, porque umas são mais esclarecedoras do que outras, em que encontrei dentro de mim algumas respostas e serenei algumas questões”, começou por escrever na legenda de uma fotografia que publicou, partilhando ainda: “Quando me senti mais tranquila, resolvi voltar para trás e fazer o mesmo caminho, mas de regresso, que é mais duro, a subir, talvez por isso o tenha sempre evitado. E o que descobri? Que o caminho ao contrário é um dos caminhos de Santiago. Nunca teria visto as setas se não tivesse escolhido fazer o caminho mais duro de regresso. É preciso ouvir a nossa intuição para vermos os sinais, certo?” No fim da publicação, a ceramista esclareceu, a propósito do dever de recolhimento: “Antes que venham as críticas, caminho onde há zero pessoas e, sim, são essenciais para o meu bem-estar mental. ‘Egoísta’? Talvez. Mas quando o nosso egoísmo não colide com a liberdade dos outros e é em consciência com o que se está a passar, é altruísmo para com a nossa alma.”
E foi precisamente por causa deste novo confinamento que esta segunda-feira, 25, Anna partilhou nas suas stories a publicação de João Francisco, que deixou um alerta para as consequências do isolamento: “A ideia de um novo confinamento deixa-me ansioso, revoltado e desmotivado. Mas há algo em mim que pesa em todas as minhas decisões. Também eu conheço a perda sem o adeus. E por isso respeito, ou tento ao máximo respeitar, o dever de confinamento. Este novo período que nos espera traz de volta perigos que assombram demasiada gente. O meu amigo Henrique Prata Ribeiro, psiquiatra com quem discuto as informações que vos dou, estudou as consequências do confinamento na saúde mental. Concluiu que os participantes que responderam ao estudo, após oito dias de confinamento, apresentavam níveis mais altos nas escalas de depressão, ansiedade e insónia. Há alguns grupos que se destacam particularmente pelos resultados negativos: os jovens, as mulheres, os desempregados, os estudantes e as pessoas que já são acompanhadas por psiquiatras. (…) O que tenho para dizer é simples. Tenham cuidado, estejam atentos, a vocês e aos que estão à vossa volta, e não tenham vergonha ou medo. Porque a Covid mata, mas a falta de saúde mental também.”