Hunter Biden deu uma entrevista intimista à BBC. Aos 51 anos, o filho de Joe Biden, presidente dos EUA, afirma. “A minha vida não é um tablóide”. Uma frase que mostra revolta e tristeza sobre como os momentos mais duros da sua vida foram noticiados. Tanto durante a presidência do pai, como durante os anos em que este serviu como vice-presidente durante a admnistração de Barack Obama.
Nesta entrevista à BBC, Hunter admite que o nome do pai lhe abriu muitas portas a nível profissional, mas diz que isso tanto é “um privilégio como um fardo”. E diz que atualmente está a lutar contra duas pandemias: “A do coronavírus e a do vício”.
Hunter recorda a dor que sentiu quando perdeu a mãe, Neilia, e a irmã, Naomi, num acidente de carro em 1972. Uma tragédia à qual sobreviveu juntamente com o irmão, Beau, que viria a morrer em 2015 com cancro. Esta perda marcou-o profundamente e trouxe maior dor numa fase que já estava sensível. “O meu irmão tinha morrido, eu tinha-me separado da minha mulher, estava sozinho num apartamento. Basicamente, bebia até à morte. Foi horrível”, diz, recordando a forma como lidou com a situação. “Combinar a dor com o vício é algo muito difícil de superar”.
Começaram então a surgir notícias na imprensa norte-americana sobre o vício de Hunter. Uma história que surgia como um ataque ao próprio pai, como que a desacreditar a sua carreira política. Contudo, o filho de Joe Biden admite também que muitas pessoas se identificaram com esta situação. “Há quem perceba que a família Biden é, antes de mais, uma família. Percebem que houve tragédia, mas que também existe amor e sinceridade. As pessoas percebem que não somos diferentes das outras famílias”.
Para terminar, Hunter garante que decidiu falar agora sobre este tema com um propósito: “Está na hora de olharmos para o vício como um problema de saíde mental em vez de o tratarmos como um problema moral”. Como tal, conta a sua história de superação para inspirar outras pessoas a também procurarem ajuda e a acreditarem na recuperação.