“Não digo o nome porque não posso”, afirmou Ana Rocha de Sousa esta quinta-feira, em entrevista a Júlia Pinheiro. A realizadora, que tornou público ter sido vítima de violação em 1995, quando tinha 17 anos, na cerimónia de entrega dos Prémios Mulheres Inspiradoras, da revista ACTIVA, falou à apresentadora da SIC sobre aquele episódio traumático, e o que a motivou a manter-se em silêncio durante mais de 25 anos.
A realizadora de ‘Listen’ não revela o nome do homem que a agrediu, mas afirma que é uma personalidade famosa, que conheceu durante uma sessão de autógrafos e que é mais velho do que ela. “O poder desta pessoa está relacionado com fama e com a proximidade que tem a um público vulnerável”, revela.
A esse primeiro encontro na sessão de autógrafos sucederam-se dois telefonemas, um deles quando Ana estava com os pais, e a marcação de um encontro, onde essa experiência dramática teve lugar. “Não disse que não e faço questão de sublinhar que não é preciso dizer que não. Primeiro, porque uma miúda petrifica e ao dizer que não estamos a tornar aquilo mais real. Eu não disse que não, mas o meu corpo disse que não. Eu não me mexi, eu petrifiquei”, revelou.
Sobre a questão de revelar o nome do agressor, Ana afirmou: “Eu só não digo o nome porque não posso. Não se trata de proteger ninguém, também não se trata de querer destruir a vida de ninguém. Eu gostava muito de poder dizer o nome desta pessoa por uma razão muito simples, porque acho que todos devíamos ter o direito de saber o risco que algumas pessoas podem correr na presença dele”.