Diogo Infante traz a palco a peça O Amor É tão Simples, assumindo os papéis de protagonista e de encenador, trabalho que tem conciliado com as gravações da novela Quero É Viver, transmitida pela TVI. “A grande loucura tem sido conciliar com a novela, há muito tempo que não o fazia, porque é muito desgastante. Mas foi possível com muita logística e disponibilidade da produção da novela e aqui do teatro. Estou cansado, mas feliz”, contou logo a seguir ao ensaio para a imprensa.
Nesta peça, Diogo Infante interpreta um ator muito conhecido que atravessa uma crise de meia-idade. O peso da fama, o papel do teatro e a solidão são outros assuntos abordados no texto. “Todas as pessoas podem ter crises de meia-idade, mas é mais expectável que os artistas, que vivem da sua imagem, passem por isso. Essa questão da vaidade e do ego é complicada de gerir. O que acho mais interessante é termos um homem que é adorado por muitas pessoas e tem muito sucesso e que, no fundo, vive uma grande solidão. E isso é comum na vida de muitos artistas. Também há outras questões levantadas pela peça, como o paradoxo entre o teatro comercial e intelectual. Aborda-se questões que já eram pertinentes nos anos 40 e que continuam na ordem do dia”, explicou.
Num exercício de reflexão, o ator e encenador aponta as semelhanças e diferenças que existem entre si e esta personagem: “Há pontos de contacto. Também acho que sou um ator muito conhecido, tenho uma responsabilidade junto de uma estrutura teatral, tenho 54 anos e também me confronto com a inevitabilidade do tempo. Também sou egocêntrico, como qualquer artista, não tanto como ele, sou mais generoso.”
Fotos: Luís Coelho