A propósito da sua participação na série luso-espanhola Operação Maré Negra, na qual dá vida a Carmo, uma investigadora da PJ que acompanha uma história ligada ao submundo do narcotráfico, marcámos encontro com Lúcia Moniz horas antes da estreia da série, num hotel situado na zona do Chiado. Com os minutos contabilizados e distribuídos em conversas com os vários órgãos de comunicação social presentes, a atriz, de 45 anos, deixa claro que não quer abordar questões relacionadas com a sua vida pessoal, embora não esconda o sorriso orgulhoso quando lhe perguntamos pela filha, Júlia Bettencourt Moniz, que este ano faz 18 anos. A viver na ilha Terceira, nos Açores, há alguns anos, Lúcia garante que não tem sido difícil organizar as suas deslocações de modo a conseguir abraçar os vários compromissos profissionais que têm surgido um pouco por todo o mundo. ”É mais fácil do que eu estava a imaginar, na verdade. Só olhar para o mapa é que assusta um bocado, porque são ilhas no meio do Atlântico. Mas é ligar o descomplicómetro e a coisa acontece”, assegura.
Filha de dois músicos, Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo, a atriz e cantora lembra a importância que o mundo das artes deveria ter no processo educativo das crianças e jovens, de modo aestimular o seu pensamento crítico e criativo. “As artes trabalham e provocam a nossa sensibilidade. Olharmos para um quadro, ouvirmos uma música, vermos uma peça de teatro ou uma série de televisão, tudo isso provoca a nossa sensibilidade. E se as artes estiverem envolvidas na educação desde o início, esse lado também é educado. Também podemos evoluir e crescer a educar a nossa sensibilidade, a construir um espírito crítico, e tudo isso só com matemática e ciências não dá. Estamos há demasiados anos sentados atrás de uma secretária, quietos e calados durante 50 minutos. Já ninguém tem paciência para isso. Há muita gente que para pensar precisa de se mexer, e isso também precisa de ser permitido”, defende a atriz.