Inês Maria Meneses escreve: “Aquela que fui ainda cabe dentro de mim, mas já não somos a mesma.” São estes vários Romeus, que ainda se estão a resolver dentro de si, mas que já não são o homem que é aos 42 anos, que Romeu Costa mostra no espetáculo Maráia Quéri, em cena no Teatro Nacional D. Maria II.
O ponto de partida para este monólogo autobiográfico é o seu guilty pleasure [um prazer que se esconde] pela cantora Mariah Carey, a companheira de viagem de um adolescente homossexual em Aveiro, de um jovem que queria ser ator e veio para Lisboa, de um artista reconhecido, de um formador experiente e de um homem que se destaca e diz: “Tenho uma ideia diferente da vossa.” É essa ideia, em forma de palestra-performance, que o ator explora neste espetáculo, levando à cena não só o seu mundo secreto, como o de muitas outras pessoas que, através de um questionário, decidiram também partilhar aquilo que ouvem, veem ou leem, mas que têm vergonha de o admitir.
Numa conversa sem tabus, Romeu Costa revelou os medos, conflitos e o processo de catarse que experienciou para poder hoje subir ao palco com a diva que mais admira, um momento de deleite e aceitação do qual desfruta. Sem culpas.
Uma entrevista para ler na edição n.º 1386 da revista CARAS