Continua a decorrer no condado de Fairfax, na Virginia, EUA, o julgamento que coloca frente a frente Amber Heard, de 36 anos, e Johnny Depp, de 58. Depois de um tumultuoso processo de divórcio, o ator processou a ex-mulher por difamação depois de esta publicar um artigo no The Washington Post, em 2018, no qual confessava ter sido vítima de violência doméstica, apesar de nunca ter mencionado, ao longo do texto, o nome de Johnny Depp.
Esta semana, houve um momento de exaltação entre os advogados de ambas as partes. Os representantes de Heard voltaram a pedir para que o caso fosse arquivado, alegando que Depp não tinha conseguido fazer prova das sua alegações. Um pedido que foi negado pela juíza Penney Azcarate, que considerou que poderá haver evidências no processo que o júri poderá considerar difamatórias. Contudo, acredita que as evidências mais relevantes sobre o caso de difamação ainda não foram apresentadas. Isto provocou exaltação em ambas as partes.
Benjamim Rotterborn, advogado de Amber Heard, afirmou que se o júri concordar que Depp agrediu, mesmo que só uma vez, a sua cliente, que esta ganhava. “É simples”, afirmou, alegando que já evidências de violência piscológiva e verbal da parte do ator para a ex-mulher. Isto faria com que o caso de difamação levantado não pudesse ser considerado.
Seguiram-se declarações de Benjamim Chew, advogado de Johnny Depp, que respondeu ao seu oponente de forma efusiva. Este diz que foram apresentados em tribunal provas, testeminhas, documentos e gravações que apoiam o seu cliente. Chew acredita que foram levadas a tribunal “todos os elementos requisitados”, com “o extra de se mostrar que a sra. Heard o agrediu fisicamente”. “Ela é a agressora neste tribunal”, rematou num tom de voz elevado.
Rotterborn retoma a palavra. Diz que, se o caso for para a frente, o título do artigo publicado no The Washington Post tem de ser alterado, por não foi escrito por Heard. Afirma ainda que Depp falou em provar que a ex-mulher teve más intenções quando escreveu este texto.
Chew volta a argumentar. Diz que a maior evidência da intenção do artigo está nos emails trocados entre a American Civil Liberties Union (ACLU) e o próprio jornal, no qual a ideia do texto era discutida. Numa dessas trocas de mensagens, um repreentante desta associção diz ao editor to The Washington Post que, “como se deve lembrar, ela foi espancada durante o seu breve casamento com Johnny Depp”. Chew alega que a atriz foi levada “a mentir” e acrescenta que a ACLU a ajudou e incentivou. O advogado diz que o texto só teve interesse público porque Heard estava a difamar Depp.
O advogado de Johnny Depp condena ainda o facto de Amber Heard não ter cumprido o acordo feito no divórcio, no qual se responsabilizava por doar 7 milhões de dólares do valor recebido pelo ex-marido a um hospital pediátrico de Los Angeles. “Ficou com o dinheiro em vez de o dar à caridade”, afirma. “Testemunha após testemunha verificaram que a sra, Heard é de fato uma reincidente perpetradora de violência doméstica contra o Sr. Depp e contra outros”, acrescentou Chew.
Em resposta, Rottenbord alega que o contrário ficou provado. “Ela não é uma agressora. Ela e as suas testemunhas colocaram em evidência que sofreu nas mãos do sr. Depp“.