Foi no início de maio que Mariana Cabral, humorista conhecida pelo nome artístico Bumba na Fofinha, anunciou o nascimento da filha, Clara. Três semanas depois, usa as redes sociais para partilhar um relato sincero e cru sobre as dificuldades do pós-parto, nomeadamente no que toca à amamentação.
Além de falar abertamente sobre o que viveu e sentiu, Mariana deixa um franco agradecimento a todas as pessoas que estiveram a seu lado nesta fase, que a apoiaram e ajudaram a encontrar alternativas e alguma tranquilidade.
Leia o relato completo aqui:
“Esta é a fotografia que enviei às minhas amigas no 2o dia de vida da Clara, completamente arrasada pela exaustão, maminhas em rosbife, gelo no pipi, cueca de rede, contrações daughters-of-biatches que chegaram atrasadas à festa, pavor existencial de vir a ter de precisar de mandar barrito por uma zona em obras (antes uma actividade que me aprazia tanto, como sabem) – e, a rematar este cenário festivo, uma pequena piranha esfomeada a abocanhar o ar e eu sem conseguir dar de mamar. Em agonia, a contar os minutos que me restavam até ter aquelas Gengivinhas Khan a assassinar os meus mamilos já em ferida.
Perdoem-me a crueza do relato, mas foi exactamente neste estado que me encontrou a equipa de enfermeiras que cuidou de mim no pós-parto e este é um post de agradecimento a elas.
Se há bons e maus profissionais em todo o lado, eu tive uma sorte danada com as minhas. Passaram horas sem fim curvadas sobre a minha cabeceira a fazer malabares com estas bajengas, a arremessar mamilos para uma Clarinete pouco interessada no seu buffet all-you-can-eat, muitas vezes comigo a chorar de frustração ou a desistir de exaustão. Ouviram-me aos soluços a sentir que estaria a falhar como mãe por dar fórmula (eu sei, achamos sempre que não somos assim até nos tocar). Fizeram-me jiu jitsu mamário no duche durante a subida do leite, foram-se revezando no papel de pacientes professoras perante a minha total inexperiência, babysitters para eu poder dormir 20 minutos, psicólogas perante a minha frustração hormonal de que dar um biberão é um tudo ou nada e foram o mais próximo de irmãs/mães/amigas durante as fatídicas madrugadas em que está escuro, luzes, alma, tudo. Foram várias profissões numa só, e só agora entendo realmente porque devia ser um trabalho tão mais bem pago.
E por isso deixo o meu agradecimento à enfermeira Inês Louro, à Ana, à Rita, à Vânia, à Vanessa, à Mónica das Mamas, à enf cujo nome não lembro e me deu a mão durante a epidural porque voltei a ser criança com pavor a picas, à enf amorosa que nos deu a alta e que disse “não acredito que estou a tocar nas mamas da Bumba” – alguém que dê valor a esse privilégio já que o meu namorado não o faz.
Obrigada por me darem colo, opções sem julgar, soluções sem pressionar, sempre com uma empatia e ternura que foi além do profissionalismo e do que aprenderam nas faculdades de enfermagem – é uma vocação, simples assim – e que me comoveu muito, agora que tenho a distância necessária para o descrever.
Não as conheço realmente nem sei quais são os seus perfis de IG mas numa altura em que há tantos relatos do contrário, parecer-me-ia injusto não deixar aqui o meu, bem público, na esperança de que elas o vejam. Ainda não consigo dar de mamar mas se estou saudável de corpo e cabeça e a Clara também, mui/