Ruy de Carvalho: “O meu coração está cheio de amor pelos meus e pelos outros”

Ruy de Carvalho, de 95 anos, iniciou-se no teatro com apenas 15, como amador, em 1942, no Grupo da Mocidade Portuguesa. De 1945 a 1950 frequentou o Conservatório Nacional e terminou o curso com 18,5 valores. Estreou-se profissionalmente em 1947, no Teatro Nacional D. Maria II, como discípulo, na comédia Rapazes de Hoje. A sua carreira estendeu-se igualmente à rádio e à televisão, tendo sido o primeiro ator a representar na RTP, com o Monólogo do Vaqueiro, em 1957, texto que ainda hoje sabe do início ao fim. Foi ainda um dos atores que mais fez teatro televisivo e também dos primeiros a fazer telenovelas, como Vila Faia, em 1982, e Origens, em 1983. Muitos mais autores, textos, palcos e plateaux se seguiram, tornando-se um dos atores mais acarinhados e consagrados do nosso país. É também um dos atores mais velhos do mundo ainda no ativo e sem vontade de se reformar.

Foi casado durante 53 anos com a pianista Ruth de Carvalho, até que a morte desta, em 2007, lhe roubou aquela a que sempre se referiu como “o grande amor da minha vida”. Homem de família e continuamente apaixonado pela representação, é junto dos filhos, João e Paula de Carvalho, de 67 e 63 anos, respetivamente, mas também dos três netos – João Ricardo, de 39, Diogo, de 36, e Henrique, de 31 – e dos quatro bisnetos – Rita, de sete, Camila, de cinco, Carmo, de três, e Alexandre, de quatro meses – que pratica diariamente o amor.

Dias antes de se preparar para celebrar mais um Natal, o ator esteve com os filhos no hotel Palácio Estoril, onde nos contou como vive esta quadra, mas também como reagiu quando soube que o seu filho João, também ator, tinha sido internado de urgência com desorientação mental, diagnosticada como burnout (esgotamento) depois de um internamento de nove dias.

As palavras são principalmente de Ruy, mas também dos seus dois filhos.

Uma entrevista para ler na íntegra na edição 1427 da revista Caras, também disponível em edição digital.