O Papa emérito Bento XVI, que morreu no passado dia 31 de dezembro, aos 95 anos, deixou um testamento espiritual no qual pede perdão “a todos aqueles que, de alguma forma, prejudiquei”. Agradece ainda a Deus e aos pais e pede aos católicos que se mantenham fiéis na sua fé.
“Agradeço antes de tudo ao próprio Deus, o dispensador de todo bom dom, que me doou a vida e me guiou através de vários momentos de confusão; levantando-me sempre todas as vezes que começava a escorregar e dando-me sempre novamente a luz da sua face”, escreveu o Papa emérito.
“Agradeço aos meus pais, que me doaram a vida num tempo difícil”, diz, destacando a fé lúcida e a orientação firme do pai, assim como “a profunda devoção e a grande bondade de minha mãe”, além do “afetuoso cuidado” que a irmã lhe dedicou e a “lucidez dos juízos e a vigorosa determinação” do irmão.
A Alemanha, sua terra natal, também merece referência, sublinhando que nos Alpes da Baviera “sempre vi transparecer o esplendor do próprio Criador”, e agradece aos conterrâneos “porque neles pude sempre experimentar de novo a beleza da fé”, destacando ainda Roma e Itália, que classifica como “a minha segunda pátria”.
Bento XVI deixa ainda uma recomendação aos católicos: “Permanecei firmes na fé! Não vos deixeis confundir! (…) Jesus Cristo é realmente o caminho, a verdade e a vida — e a Igreja, com todas as suas insuficiências, é realmente o Seu corpo.”
O funeral de Bento XVI acontece amanhã, dia 5 de janeiro, e será presidido pelo Papa Francisco na Praça de São Pedro.