No documentário “Pretty Baby: Brooke Shields” , que estreou na passada sexta-feira, dia 20, no festival de cinema de Sundance, Brooke Shields revelou ter sido violada. A atriz revelou que foi vítima de abuso sexual no início da sua carreira em Hollywood, mas não revelou a identidade do seu agressor, afirmando apenas que se tratava de um homem que conheceu pouco tempo depois de ter terminado a faculdade, em 1987.
O episódio deu-se enquanto procurava trabalho na ‘cidade da fama’. Assim, a atriz terá concordado em encontrar-se com um homem para jantar, acreditando que se trataria de uma reunião para falar sobre a sua carreira e discutir o elenco de um novo filme. No final, o agressor levou-a de volta para o seu hotel, alegando que iria chamar-lhe um táxi, mas em vez disso terá desaparecido por alguns minutos e regressado ao quarto nu.
A atriz explica que no momento se sentiu paralisada e com medo. “Ele estava mesmo à minha frente. Tive medo que me sufocasse ou algo do género”, descreve, acrescentando, “por isso, não lutei muito. Não lutei. Fiquei completamente paralisada. Pensei que um ‘não’ deveria ter sido suficiente e pensei ‘mantém-te viva e sai’ e simplesmente desliguei. Só Deus sabe como é que eu conseguia distanciar-me do meu corpo”, revelou a atriz.
“Ele disse-me, ‘só confio em ti e em mais ninguém’. É tão cliché, basicamente patético. Acreditei que de certa forma transmiti uma mensagem e que ela foi recebida. Bebi vinho ao jantar. Fui até ao quarto. Confiei em demasia”, reflete. Quando a agressão acabou, a atriz diz que apanhou um táxi e “chorou durante todo o caminho até à casa de um amigo”, referindo-se ao chefe de segurança Gavin Becker.
Quando contou o sucedido, este disse-lhe: “Isso é violação”, ao que a atriz terá respondido: “Não quero acreditar nisso”, recorda. “Queria apagar tudo da minha cabeça e do meu corpo e continuar o meu caminho. O sistema não me ajudou uma única vez. Por isso tive encontrar forças sozinha”.
A ex-modelo admite que durante algum tempo se culpabilizou e que “foram precisos muitos anos de terapia para poder falar sobre isto. (…) Definitivamente trabalhei muito para isso, e aprendi a processar”. Três décadas depois, Brooke diz sentir que se pode falar“sobre estas coisas muito mais abertamente”.
O documentário em questão será lançado na plataforma de streaming “Hulu” e vai ser dividido em duas partes.