Há cerca de cinco meses o ator Ângelo Rodrigues, de 35 anos, resolveu dar uma volta à sua vida, depois de 12 intervenções cirúrgicas a uma perna na sequência da grave infeção que sofreu em 2019 e que o deixou em coma e risco de vida. Recuperado e com algum tempo livre na agenda, embarcou numa viagem pelo mundo que o levou a passar três meses a fazer voluntariado no Nepal e no Camboja.
Parte desse tempo foi passado num templo budista no Nepal, onde deu aulas de inglês. “Fiquei responsável pelo ensino de inglês, que foi dado de forma diferente. Ao longo de dois meses orientei os petizes na criação de um espetáculo de teatro. Tema, personagens e diálogos foram desenvolvidos por eles, e eu dei uma pequena ajuda na encenação” contou na conferência de imprensa que deu em Lisboa há uns dias, no âmbito da promoção do seu trabalho mais recente, a série brasileira da Netflix Olhar Indiscreto. O papel de um jovem milionário tem-lhe rendido reconhecimento no Brasil, país que tem visitado com alguma frequência. “Vou alegremente saltitando entre os dois países, buscando o verão de cada um”, explicou, revelando que neste momento não tem casa própria: tem os seus bens guardados num armazém e nesta visita a Lisboa dependeu da hospitalidade de um amigo.
“Tive quase de perder a vida para poder vivê-la uma segunda vez, agora com outro olhar.”
Uma nova forma de vida, mais leve, na sua opinião, que parece estar ligada à experiência-limite de saúde que viveu em 2019. “O ano em que quase perdi a vida foi também o melhor ano da minha vida. Tive quase de perder a vida para poder vivê-la uma segunda vez, agora com outro olhar”, explicou no mesmo encontro com os jornalistas.
Fotos: Luís Coelho