Com uma carreira de 25 anos e muitos êxitos – como Mentira, Ninguém ou Fazes-me Falta –, João Pedro Pais considera que há uma combinação certa de fatores na sua vida que assegura o seu equilíbrio: a música, o desporto, as viagens e o amor da família e dos amigos. A exposição pública, pelo contrário, é um fator que facilmente o desestabiliza, já que o músico, de 52 anos, é discreto e avesso à exposição, confessando que lhe é difícil lidar com a curiosidade do público. “Gosto muito de estar sozinho de vez em quando. Às vezes, por mais pessoas que tenha ao lado, sinto que tenho direito a sentir-me só com os meus pensamentos. A minha cabeça é uma cidade com trânsito em hora de ponta. É constante, estou sempre a pensar em muita coisa. Não consigo lidar bem com isso, é o que me desassossega e incomoda. Não sou culpado disso, é a minha mente, e tento rodear-me de pessoas que não me pressionem muito, que me aceitem e respeitem como sou. Por isso é que às vezes o mediatismo me faz confusão. Gosto de cantar, mas na minha vida pessoal por vezes sou observado sem querer sê-lo. Por exemplo, estar numa praia com a minha namorada e ser fotografado sem autorização incomoda-me. Tem de haver educação e respeito”, referiu-nos João Pedro, com quem conversámos na apresentação do festival Montepio Às Vezes o Amor, no qual irá atuar, a 11 de fevereiro, no Auditório do Europarque, em Santa Maria da Feira.
Uma explicação que justifica que queira manter a identidade da namorada no anonimato. E sublinha que não prolonga as relações quando sente que já terminaram, sejam amorosas, familiares ou de amizade: “Sou um ser humano como outro qualquer. Nós só estamos ao pé das pessoas quando nos sentimos bem. No dia em que isso não acontecer, seguimos o nosso caminho. Ninguém pode conviver por obrigação, seria um mau princípio.”