
Aos 66 anos e com quase 47 de carreira, Lena d’Água é um nome incontornável da música portuguesa, e a cantora vê com grande agrado e alegria a partilha de experiências e conhecimentos com a geração artística mais nova. “A energia das pessoas que têm idade para ser meus filhos é muito boa. Gosto muito do humor deles, são excelentes músicos, cheios de ideias! E eu só tenho a ganhar com isso. E tudo começou antes deste último disco [Desalmadamente]. Trabalhei com os Ciclo Preparatório, os Linda Martini, o Manuel Lourenço [Primeira Dama] e, mais recentemente, com o Pedro da Silva Martins, o meu compositor, que é incrível. Faço em maio 47 anos de palco e ele 47 de vida. Fizemos um disco premiado, continuamos a fazer concertos juntos e já estou a preparar o próximo álbum de originais, ainda com ele. A única coisa menos positiva é que eles são muito ocupados, é difícil conciliar horários. [Risos] Lembro-me bem disso, são anos em que se passam muitas coisas”, relatou a cantora, com quem conversámos na apresentação do Festival Montepio às Vezes o Amor, cujo cartaz integra.
“A energia das pessoas que têm idade para ser meus filhos é muito boa. Gosto do humor deles, são excelentes músicos, cheios de ideias!”

O amor foi precisamente um dos temas de conversa e Lena confessou-nos que é uma romântica. “No palco sinto-me sempre muito amada, é uma forma de oferecer a minha sensibilidade, alma e até fúria, por vezes. Essa partilha tem tudo a ver com amor. Estou muito bem resolvida nesse aspeto. Mais vale estar sozinha do que com alguém que nos vampiriza. Conheço muitas mulheres assim. Tive imensos namorados, três relações mais sérias, e só me deram trabalho. [Risos] De vez em quando sinto a falta daquele ombro, mas depois penso no meu pai, quando era miúda, e passa”, confessou.