Em entrevista à Vogue, a arrepiante revelação de Cara Delevingne alertou, uma vez mais, para o drama da dependência de drogas e álcool em Hollywood, assim como a fragilidade da saúde mental.
“Acordei em casa da minha avó, no meu quarto e de ressaca, com um vestido de dama de honor. Tinha andado por aí a acabar copos de champanhe”, afirmou a famosa manequim num testemunho emocionante sobre uma infância marcada pela dependêncida de heroína por parte da mãe.
Há alguns meses que o comportamento da manequim, que alcançou a fama em 2001 depois de ter sido escolhida como o rosto da Burberry, aos 18 anos, tem sido alvo de preocupação por parte dos mais próximos e também dos tablóides. Isto porque pouco depois de ter celebrado o seu 30º aniversário, em agosto último, Cara Delevingne foi fotografada com um aspeto muito pouco cuidado, o que é algo de estranhar numa pessoa que vive da sua imagem e que já foi considerada um das mulheres mais bem vestidas de Hollywood. Outro episódio que serviu de alarme foi o seu comportamento estranho num aeroporto, na Califórnia, quando era suposto ter embarcado no jato privado de Jay-Z e não o fez, mostrando-se perdida.
Agora, nesta crua entrevista, a manequim britânica, assume a sua dependência de drogas, recorda o passado traumático, confessa que se automutilava e admite estar limpa há quatro meses.
Segundo Cara Delevingne tudo terá começado aos 10 anos quando lhe foram prescritos comprimidos para a insónia e depois de lhe ter sido diagnosticada dispraxia – um transtorno neurológico que causa dificuldade para coordenar os movimentos do corpo, podendo comprometer o equilíbrio. “Este foi o início dos meus problemas de saúde mental e auto-mutilação involuntária”, revela. A manequim admite que recorreu à terapia para tentar resolveu a situação mas, aos 15 anos, sofreu um colapso nervoso e foi medicada com antidepressivos, o que, segundo a própia, lhe “salvou a vida”.
“Não tinha descoberto a merda do buraco dentro de mim, o verdadeiro tumulto interior, e ainda penso que há uma parte do diagnóstico e rotulagem das pessoas que é prejudicial. Muitas vezes fui encorajada a tomar isto ou aquilo”, desabafa, sem esconder que nos momentos de maior desespero batia com a cabeça contra a parede para fazer mal a si própria e teve vontade de acabar com a própria vida.