A princesa herdeira de Espanha, de 17 anos, terminará no final deste ano letivo o seu bacharelato internacional no Colégio UWC Atlantic, no País de Gales – um curso pré-universitário com duração de dois anos –, e em agosto, a dois meses de completar 18 anos, iniciará um período de formação militar de três anos, os mesmos que o seu pai cumpriu na juventude, que a preparará para o dia em que for rainha, cargo que implica tornar-se Comandante Suprema das Forças Armadas do seu país.
O anúncio foi feito pelo Conselho de Ministros no passado dia 14, seguido de um comunicado do Palácio da Zarzuela que dizia: “Suas Majestades os reis acolhem esta nova etapa formativa da princesa Leonor com a satisfação de saberem da sua vontade, interesse e expectativa em receber essa formação. A princesa sabe da exigência e do sacrifício que implica a vida castrense e está muito consciente da honra que é formar-se e servir ao lado dos homens e mulheres das nossas Forças Armadas.”
“A princesa está muito consciente da honra que é servir ao lado dos homens e mulheres das nossas Forças Armadas.” (Felipe e Letizia)
A filha mais velha dos reis Felipe VI e Letizia passará o primeiro ano como cadete do Exército na Academia Geral Militar de Zaragoza, no ano seguinte incorporará a Marinha, a bordo do navio-escola Juan Sebastián de Elcano e na Escola Militar Naval de Marín, e terminará a formação na Academia Geral de Aviação de San Javier. Só depois a princesa espanhola iniciará os seus estudos universitários, que deverão incluir Política Internacional e História.
Leonor não será, no entanto, a primeira princesa herdeira de um trono europeu a receber formação militar. Essa experiência foi inaugurada em 2003 por Victoria da Suécia, de 45 anos, mas para um treino de apenas três meses. Muito menos que o seu pai, o rei Carlos Gustavo, que serviu durante três anos. Seguiu-se Elisabeth da Bélgica, de 21 anos, que em 2020 ingressou na Academia Militar da Bélgica por um ano, um tempo também inferior ao cumprido pelo seu pai, o rei Philipe, que também fez carreira militar durante três anos. Apesar de as rainhas Isabel II de Inglaterra, Beatriz da Holanda e Margarida da Noruega também exercerem funções de Chefes de Estado-Maior das Forças Armadas, na sua época não foi considerado necessário que fizessem estudos militares.