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É com carinho que Sara Carbonero recorda os anos que viveu no Porto, entre 2015 e 2020, quando o seu então companheiro, Iker Casillas, era guarda-redes do FC Porto. No entanto, nem tudo correu da melhor forma, uma vez que a adaptação do seu filho Martín a um novo país foi difícil.
“Quando mudámos de país chegámos a um sítio novo, colégio novo, e fomos ao médico com o meu filho mais velho mais vezes do que em toda a nossa vida. Doía-lhe a barriga e também a cabeça constantemente. Preocupávamo-nos muitíssimo, porque era muito pequeno”, contou a jornalista espanhola numa conversa para a Fundação Colacao, na qual falou sobre o tema do bullying, através da sua própria experiência.
“Para mim era a primeira vez que acontecia algo assim, porque até então sempre que tinha ido ao médico havia um diagnóstico claro, mas isto era recorrente, até que, efetivamente, um médico disse-nos: ‘Neste caso não vos vou dizer o que se passa, têm que averiguar na vossa casa, falem com ele, mas é algo emocional”, acrescentou.
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Sara Carbonero explica que Martín “transformava a tensão numa dor real”, por isso, e desde então, quando tem algum tipo de dor física, agem de outra maneira. “Antes de irmos ao médico vemos se no dia seguinte tem um teste ou se aconteceu alguma coisa num treino”.
A jornalista, de 39 anos, explicou que tudo o que aconteceu ao filho nessa altura foi devido a uma mudança, mas tem consciência que estes sinais se acentuam em casos de bullying. “Isto eu conto-vos sobre um caso de mudança, mas imaginem perante uma situação de tanto tormento, de assédio… O que é que não irá doer a uma criança?”, questionou.
Sara reconheceu que desde que é mãe sentiu a necessidade de saber mais sobre o bullying. “Há muita informação, mas creio que ainda faltam dar muitos passos. Quero saber que ferramentas devemos usar como pais. Como identificar quando é um caso de bullying e quando não é, como empoderar os nossos filhos perante as ameaças. Parece-me muito interessante o papel de testemunha, como fazer com que os nossos filhos não se calem perante um caso de injustiça relativa a um colega”, continuou.
Nesta conversa também foi tratado o tema do bullying de outra perspetiva. O que fazer quando são os nossos filhos os ‘bullies’? “Eu agora, pelo seu comportamento, não acho que isso vá acontecer, mas sim, já pensei sobre isso. Como é que eu atuaria? Pois, como em qualquer caso em que há uma vítima, ainda que seja o nosso filho quem está a fazer mal. É preciso ajudar primeiro o nosso filho, que também é uma vítima, e depois a outra pessoa. E perder a vergonha, identificar o que é que se passa”.