
O último desabafo de Tina Turner sobre a sua doença foi feito dois meses antes de morrer. A artista, de 83 anos, fez uma partilha sensível nas redes sociais. A propósito do Dia Internacional do Rim, assinalado em março, a cantora revelou ter-se colocado em “grave perigo” ao não dar a devida importância ao seu diagnóstico de hipertensão em 1978.
“Hoje é Dia Internacional do Rim. Porque é que isto é importante? Porque os rins falham sem dor. E é por isso que vos digo hoje: mostrem amor aos vossos rins! Eles merecem-no. Os meus rins são vítimas do facto de eu não me ter apercebido que a minha pressão arterial elevada devia ter sido tratada com medicina convencional”, começou por escrever.
Em seguida, disse: “Coloquei-me em grave perigo ao recusar enfrentar a realidade de que preciso de terapia com medicação diária, a vida inteira. Durante muito tempo, acreditei que o meu corpo era um bastião intocável e indestruttível”.
No final da década de 1970 foi-lhe diagnosticada hipertensão, tendo a artista acreditado, na altura, que não poderia fazer nada para o melhorar. Disse, inclusivamente, que nunca lhe foi explicado como a condiçao afeta o organismo, pelo que a considerava algo normal e que não precisava de tratamento. Em consequência da tensão desregulada, Tina Turner viria a sofrer dois derrames cerebrais, em 2009 e 2013.
Após sofrer fortes efeitos secundários da medicação, recorreu à medicina homeopática, mas o problema não ficou resolvido e acabou por ficar com insuficiência renal. Foi o marido, Erwin Bach, a doar-lhe um rim para a salvar.
Tina Turner estava reformada há mais de uma década quando morreu no passado dia 24, em casa, na Suíça, onde vivia com Bach. Pouco antes, em entrevista ao The Guardian, disse querer ser recordada como “a rainha do rock & roll. Como uma mulher que mostrou a outras mulheres que está tudo bem em lutar pelo êxito nos próprios termos“.