
Faz amanhã um mês que Cinha Jardim viveu um dos momentos mais assustadores da sua vida. E, numa conversa que teve com Manuel Luís Goucha, contou pela primeira vez tudo o que aconteceu e sentiu no dia em que sofreu um enfarte do miocárdio. “Tive medo de morrer. Rezei à minha avó e a toda a gente a pedir que me deixassem cá ficar, tenho as minhas filhas, os meus netos e não queria ir. E tenho-me a mim própria, tenho tanto para fazer aqui neste mundo, eu queria cá ficar”, assumiu a comentadora da TVI, explicando que, além de algum cansaço, não teve nenhum outro sintoma que a levasse a desconfiar que alguma coisa poderia não estar tão bem. “Não estava à espera deste susto, embora me sentisse bastante cansada nos dias anteriores. Mas desvalorizei pela vida muito agitada que levo. Pensei que também seria da idade e de dormir pouco… Na manhã do dia dois de maio sentia-me bem. Estive com a Isaurinha, deixei-a no ginásio e fui às Marias buscar roupa para o programa. Quando me trouxeram a roupa, e antes de arrancar para ir buscar a Isaurinha ao ginásio, vi que tinha um maço de tabaco no carro só com um cigarro. E apeteceu-me fumá-lo. Foi a minha sorte, porque abri as janelas e arranquei com os vidros abertos”, começou por explicar Cinha Jardim.
Ao começar a conduzir, perto do Chiado, Cinha sentiu um apagão. “Ficou tudo escuro e já não sinto mais nada. O carro parou por si e, como estou com os vidros abertos, há uma senhora e dois rapazes que me tiram do carro e me deitam no passeio. Percebem que estou inanimada, chamam os bombeiros, mas há um médico que passa ali num grupo de turistas e começa-me a fazer as manobras de reanimação. E foi isso a minha salvação”, confessou. “Acordo ainda na rua, deitada no chão, já de lado, com uma respiração muito ofegante. Mas depois volto a perder os sentidos e quando volto a acordar já estou na ambulância a caminho de São José”, disse.
Neste primeiro hospital, a primeira suspeita era de AVC, mas depois de muitos exames, isso foi posto de parte. Foi quando perceberam que Cinha tinha sofrido um enfarte e foi encaminhada para outro hospital. Já em Santa Marta, Cinha foi submetida a um cateterismo e descobriram que tinha duas artérias coronárias obstruídas. Com um historial familiar de doenças do coração, Cinha Jardim tem agora que redobrar o cuidados nesta fase de recuperação. “Tenho que ter uma vida mais calma, uma alimentação mais regrada, vou fazer sessões de cardiofitness, vou começar a fazer caminhadas. Quando trabalhar de manhã, não posso trabalhar à noite e vice-versa e muito descanso”, explicou sem, ainda assim, perder o seu sentido de humor.