Atriz e cantora Jane Birkin morre aos 76 anos, sendo ainda desconhecida a causa do óbito.
A artista, um ícone dos anos 1960 e 70, foi encontrada sem vida na sua casa, em Paris, de acordo com a imprensa francesa.
Em 2021, tinha sofrido um acidente vascular cerebral, mas recuperou e voltou pontualmente à ribalta. No entanto, há cerca de dois meses, cancelou alguns concertos que tinha agendados por motivos de saúde. “Sempre fui uma grande otimista e percebo que ainda preciso de um pouco de tempo para poder voltar aos palcos”, escreveu na altura.
Birkin nasceu em Londres, Inglaterra, em dezembro de 1946, Aos 17 anos, Jane decidiu seguir os passos da mãe, Judy Campbell, uma conhecida atriz inglesa, e estreou-se como atriz. Foi no mundo da respresentação que conheceu o seu primeiro marido, o compositor John Barry, de quem teve a filha, Kate Barry.
Após o divórcio, Jane mudou-se para Paris, cidade onde se apaixonou pelo ator e cantor Serge Gainsbourg. A relação começou durante as gravações do filme Slogan, em 1969, e foi seguida desde logo pela imprensa como toda atenção. Formavam o casal sensação da cultura francesa, seguidos por milhões.
A união durou entre 1968 e 1980, período entre o qual foram pais da também atriz e cantora Charlotte Gainsbourg. Foi também com Serge que gravou o mais conhecido tema da sua carreira: Je t’aime… Moi non plus, um sucesso internacional que perdura até ao presente.
Na altura, a música chegou ao topo das tabelas e tornou-se tão conhecida quanto controversa.
A letra, com cariz erótico, acompanhada pelos suspiros de Jane Birkin, causou escândalo na época. A imprensa atacou a mensagem obscena e muitas estações de rádio não a incluíram nas playlists pelos mesmos motivos. O tema despertou, inclusive, a atenção do Vaticano, que publicou uma nota condenando a natureza imoral do tema. A indignação que provocou nos setores mais conservadores, fez com Je t’aime… Moi non plus se tornasse ainda mais popular.
Depois da morte de Gainsbourg, de quem já se encontrava separada, Birkin voltou a casar-se, desta vez com o realizador Jacques Doillon. Da terceira relação, nasceu Lou Doillon, também artista como o resto da família.
Conhecida pela forma despreocupada como encarava a maternidade, Jane chegou a confessar que entrava, muitas vezes, em casa quando as filhas já se estavam a preparar-se para ir para a escola.
Uma delas, parece não ter lidado bem com a situação famliar. Kate, fotógrafa de profissão, lutou durante vários anos contra o vício do álcool e drogas, que começou durante a adolescência. Em 2013, foi encontrada morta nas ruas de Paris, numa aparente queda da varanda do seu apartamento. Não foi possível concluir se a tragédia resultou de um acidente ou se foi suicídio. Jane ficou profundamente abalada com esta perda e recordava a filha publicamente com frequência.
Ao longo da sua carreira, Jane participou em diversos filmes, foi capa de inúmeras revistas de moda conhecidas, tais como a Vogue ou Marie Claire, e gravou vários álbuns, contribuindo para o mundo da moda com o lançamento de tendências intemporais.
A Hermès criou uma mala especificamente para ela, a Birkin, quando o diretor da casa de luxo francesa se cruzou com a atriz e cantora num voo e a viu deixar cair tudo o que tinha na sua carteira. Disse-lhe que se fosse maior, tal não aconteceria e prometeu-lhe a mala ideal, a mais desejada até aos dias de hoje pela sua elegância e versatilidade.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, já reagiu à morte de Birkin. Macron lembra a britânica como “um icone francês” e uma artista completa.
Atriz e cantora Jane Birkin morre aos 76 anos