Se dúvidas existissem sobre a popularidade de Jorge Mario Bergoglio, o 266.º Papa da Igreja Católica e atual Chefe de Estado da Cidade Estado do Vaticano, as imagens da Jornada Mundial da Juventude 2023 em Portugal são disso o testemunho perfeito. Ontem, na Cerimónia de Acolhimento do Santo Padre, um banho de multidão no Parque Eduardo VII para ouvir a inspiradora mensagem do Papa Francisco.
Num ambiente de enorme emoção, que reuniu milhares de peregrinos e crentes de todo o mundo, que encheram por completo a Avenida da Liberdade, o Parque Eduardo VII e as ruas ali à volta, a Cerimónia de Acolhimento, que foi marcada pelas emocionantes atuações da fadista Mariza, que cantou o emblemático tema “Foi Deus”, de Amália Rodrigues, e de Buba Espinho, acompanhado pelo Rancho de Cantadores da Aldeia Nova de São Bento, entre outros momentos musicais, revelou-nos o desejo de comunhão do Papa Francisco, numa homília absolutamente inspiradora e agregadora.
“Somos a comunidade dos chamados: não dos melhores – não, absolutamente não –, somos todos pecadores, mas somos todos convocados assim como somos. Pensemos um pouco sobre isto no nosso coração. Somos chamados como somos, com os nossos problemas, com as limitações que temos, com a nossa alegria transbordante, com esta vontade de sermos melhores e de triunfar. Somos chamados como somos. Pensem nisto. Jesus chama-me como sou, não como querem que seja. Somos a comunidade dos irmãos e irmãs de Jesus, filhos e filhas do mesmo Pai”, lembrou o Papa Francisco durante o seu discurso, que muitas vezes fugiu ao que estava escrito para dar lugar ao improviso.
O Papa Francisco, que em muitas ocasiões tem chamado à atenção para as desigualdades, reforçou a ideia de que a Igreja é “de todos”, independentemene da sua cor, sexo, condição social ou económica.
“Amigos, quero ser claro convosco, que sois alérgicos às falsidades e a palavras vazias: na Igreja há espaço para todos. Para todos! Na Igreja ninguém está a mais, há espaço para todos, assim como todos. E Jesus disse isso claramente quando chamou os discípulos para o banquete de um senhor que o tinha preparado e disse tragam todos: jovens e velhos, doentes e sãos, justos e pecadores. Todos, todos, todos. Na Igreja há lugar para todos. “Padre eu sou um desgraçado ou uma desgraçada. Há lugar para mim?” Há lugar para todos, juntos, cada um na sua língua. Cada um na sua língua repitam comigo: todos, todos, todos. Esta é a Igreja, a Mãe de todos.”, afirmou, pedindo à multidão que repetisse com ele que a Igreja é de “todos, todos, todos”.