“Alma Viva” é inspirado pela cultura transmontana e pelas histórias que a autora, a luso-francesa Cristèle Alves Meira, ouvia à lareira em criança.
Rodado em Junqueira, no concelho de Vimioso, terra da mãe da realizadora, “Alma Viva” relata a história de uma menina (interpretada pela jovem Lua Michel) que é filha de emigrantes portugueses em França e passa o verão na terra da mãe. Aí acaba por assistir à morte da avó materna, a quem é muito ligada, e convence-se que esta aconteceu em consequência de práticas de bruxaria de outra mulher da aldeia. Decide, então, vingar a morte da avó.
“Estas histórias são quase como a memória arcaica de Portugal, uma matriz da nossa cultura. Eu queria voltar a essas tradições e contar essas histórias no cinema, para estar nessa de transmissão cultural”, explicou a realizadora à agência Lusa há cerca de um ano, por ocasião da estreia do filme na Semana da Crítica do Festival de Cannes. “Alma Viva”, que é também um retrato da emigração portuguesa, recebeu, entretanto, vários prémios, a culminar neste Globo de Ouro.
Nesta categoria estavam também nomeados os filmes “Great Yarmouth: Provisional Figures”, de Marco Martins, “O Trio em Mi Bemol”, de Rita Azevedo Gomes, “Restos do Vento”, de Tiago Guedes, e “Um Filme em Forma de Assim”, de João Botelho.